Os policiais que investigam o caso do empresário encontrado morto em um buraco próximo ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, negam informações que circulam na internet desde a sexta-feira, 27, de que uma testemunha-chave do crime foi encontrada e ouvida, tornando suspeitos os seguranças do local.
“Não temos nada ainda quanto à autoria, nem suspeitos. Não tem novos laudos. E também não localizamos testemunha ocular”, afirmou para VEJA o delegado Rogério Thomaz, chefe da divisão de homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Segundo uma outra fonte ligada aos investigadores, uma pessoa que participava do mesmo evento que o empresário no autódromo foi até a polícia na sexta-feira, querendo prestar um depoimento informal. O delegado ouviu essa pessoa, mas não identificou nenhum novo elemento que pudesse ajudar nas investigações.
A verdadeira novidade da investigação até o momento é apenas que os celulares de alguns coordenadores de segurança do local foram apreendidos na quinta-feira, 26, para apuração. Apesar dos seguranças não serem suspeitos do crime neste momento, a investigação ainda pode tomar outro rumo caso as autoridades encontrem indícios de quaisquer envolvimentos.
Relembre o caso
O empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, 35, foi visto pela última vez na noite de 30 de maio, durante o Festival Interlagos 2025: Edição Moto, que ocorria no autódromo. Por volta das 19h40, ele conversou por mensagem com a esposa e foi em direção ao carro, no estacionamento, cerca de 200 metros do ponto principal do evento, mas não voltou para casa.
O corpo dele, no entanto, só foi encontrado na manhã de 3 de junho, por bombeiros e dentro de um buraco de três metros de profundidade e 45 centímetros de diâmetro. Ele estava preso na parte superior da fenda, sem sinais de ferimentos aparentes e com terra no rosto e nas vias respiratórias.
A polícia começou a suspeitar de que tenha ocorrido um homicídio porque a carteira com dinheiro, documentos, celular, aliança e capacete estavam no local. Faltavam apenas calças e tênis. Não havia sinais de queda, luta ou tentativa de fuga, e o local não apresentava vestígios de sangue.
As investigações apontam que a morte deve ter ocorrido entre 36 e 40 horas antes da descoberta do corpo, descartando a hipótese de morte no próprio poço. A delegada chefe do DHPP, Ivalda Aleixo, considera mais provável que o corpo tenha sido colocado no buraco depois da morte.
Exames toxicológicos e radiografias estão em andamento para identificar substâncias no organismo do empresário, possíveis sinais de violência interna ou tentativas de defesa. Os laudos já obtidos até o momento apontam que a causa da morte foi asfixia.
Além da hipótese de que ele tenha sido assassinado, a polícia também não descarta a possibilidade de que o crime tenha ocorrido após um golpe do “boa noite, Cinderela”, mas ainda não há nenhum indício concreto. As autoridades também acreditam que mais de uma pessoa esteja envolvida no crime.