O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) disse em nota oficial que o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes em uma emboscada no litoral paulista na noite de segunda-feira, 15, revela a pouca atenção dada pelo governo paulista aos policiais que se dedicam a investigar as organizações criminosas.
O delegado aposentado, que comandou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, na gestão do governador João Doria, foi morto a tiros em uma emboscada na cidade de Praia Grande, no litoral paulista, na noite de segunda-feira, 15. A principal suspeita é que ele tenha sido morto pelo PCC — ele foi um dos pioneiros na investigação das atividades da facção criminosa.
Vídeo mostra o momento da emboscada ao ex-delegado-geral:
“Ruy Ferraz Fontes destacou-se na carreira de delegado de Polícia como um dos principais expoentes no combate ao crime organizado, com reconhecida atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) — o que, por outro lado, lhe rendeu histórico de ameaças de morte por parte da organização’, diz a nota.
“A ação que resultou na execução escancara a forma como o governo do Estado de São Paulo cuida de seus policiais mais dedicados, ao mesmo tempo em que torna gritante a necessidade de a Polícia Civil ser melhor tratada, com efetiva valorização de seus profissionais, mais contratações e aumento nos investimentos em estrutura física e de materiais”, completa o texto.
O sindicato lembra que “é, afinal, a Polícia Civil a responsável pela investigação das organizações criminosas” e que, se o estado permite que a corporação se enfraqueça, “como São Paulo tem feito nas últimas décadas, o crime organizado, inevitavelmente, ganhará espaço”, diz a nota
Para o Sindpesp, o homicídio do ex-delegado-geral, da forma como ocorreu, revela-se “uma grande afronta às forças de segurança, à máquina pública e ao Estado de São Paulo, não podendo ficar de maneira alguma impune, sob pena de que todo o sistema de segurança pública caia em descrédito”.