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Emails citam ex-príncipe Andrew em trocas com Ghislaine sobre encontros e viagens, revelam arquivos de Epstein

Novos documentos divulgados pela Justiça dos Estados Unidos no âmbito do caso Jeffrey Epstein trazem trocas de e-mails entre Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual, e um homem identificado como “A”, que jornalistas e investigadores apontam como sendo Andrew Mountbatten-Windsor, o ex-príncipe Andrew, irmão do rei Charles 3º.

As mensagens, datadas de 2001 e 2002, fazem parte de uma nova leva de arquivos tornados públicos neste mês e incluem referências a encontros com “amigos inapropriados”, organização de viagens e pedidos para apresentar mulheres durante uma visita ao Peru.

Em um dos e-mails, enviado a partir de Balmoral, residência de verão da família real britânica, o autor assina apenas como “A” e menciona estar participando de atividades da realeza. Em outro trecho, diz ter deixado recentemente a Marinha Real britânica, informação compatível com a trajetória de Andrew, que se desligou da instituição em julho de 2001.

As mensagens não constituem prova de crime, e a simples menção ao nome do ex-príncipe nos arquivos não implica acusação formal. Andrew já reconheceu publicamente sua amizade com Maxwell, mas nega qualquer envolvimento em crimes ligados a Epstein. Buckingham Palace foi procurado para comentar os documentos.

O conteúdo dos e-mails reforça informações já reveladas por veículos como a BBC, o New York Times e a própria Folha, que, ao longo dos últimos anos, detalharam a relação próxima entre Andrew, Epstein e Maxwell, incluindo encontros sociais, viagens e aparições públicas registradas em fotografias.

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Em 2019, Andrew foi afastado de funções públicas após uma entrevista à BBC considerada desastrosa, na qual tentou se defender de acusações feitas por Virginia Giuffre, uma das vítimas de Epstein. Ele negou as acusações, mas em 2022 chegou a um acordo financeiro extrajudicial com Giuffre, encerrando o processo civil sem admitir culpa.

Os novos documentos também revelam tensões entre Andrew e autoridades americanas. E-mails internos mostram que promotores dos EUA consideraram imprecisas declarações feitas por seus advogados sobre a suposta disposição do ex-príncipe em colaborar com investigações federais. À época, o então procurador Geoffrey Berman acusou Andrew de tentar passar uma imagem pública enganosa de cooperação.

A divulgação dos arquivos faz parte de um processo gradual conduzido pelo Departamento de Justiça dos EUA, pressionado por vítimas e parlamentares a tornar públicos documentos ligados ao caso Epstein. O material divulgado até agora tem sido amplamente analisado por veículos como o Guardian, o Washington Post e o Wall Street Journal.

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Especialistas em direito ressaltam que a liberação dos documentos tem mais valor informativo do que jurídico. Muitos dos fatos já eram conhecidos, mas os e-mails ajudam a mapear redes de influência, relações de poder e o acesso que Epstein mantinha a figuras da elite política, econômica e social internacional.

A polícia metropolitana de Londres informou recentemente que não abrirá uma nova investigação criminal contra Andrew com base nos documentos divulgados até o momento, mas confirmou que mantém monitoramento sobre informações relevantes vindas dos EUA.

Para organizações de apoio às vítimas, a divulgação parcial dos arquivos ainda é insuficiente. Grupos afirmam que o ritmo lento e as extensas tarjas nos documentos dificultam a responsabilização de pessoas influentes que circularam no entorno de Epstein durante décadas.

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