A Corte de Cassação da França confirmou nesta terça-feira, 26, a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por financiamento ilegal de campanha na sua tentativa de reeleição em 2012 — que, por sinal, foi fracassada e terminou com a vitória do socialista François Hollande. O mais alto tribunal do país rejeitou o recurso de Sarkozy e manteve a sentença de 2024, que determinou pena de um ano de prisão, dos quais seis meses precisam ser cumprido obrigatoriamente em regime fechado.
“Nicolas Sarkozy toma conhecimento da rejeição de seu recurso, como sempre fez com as decisões proferidas contra ele. Embora o Tribunal de Apelação tenha constatado que ele nunca teve conhecimento pessoal do excesso de gastos de sua campanha em 2012 devido ao desvio pela empresa Bygmalion, a Corte de Cassação considera, no entanto, que sua única condição de candidato é suficiente para que ele seja criminalmente responsável”, disse a defesa do antigo líder francês em nota à agência de notícias AFP.
Sarkozy nega as acusações de que sabia que seu partido, os Republicanos (então conhecido como UMP) teria gasto quase o dobro dos 22,5 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões na cotação atual) permitidos pela lei eleitoral. Mais tarde, a sigla teria contratado a agência de relações públicas Bygmalion para ocultar os custos dos comícios.
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Outro caso
Trata-se de um processo à parte ao que levou o ex-presidente para atrás das grades em outubro — também relacionado ao financiamento ilegal de campanha pelo governo da Líbia em 2007. Ele ficou preso por 20 dias. No momento, Sarkozy está em liberdade condicional enquanto aguarda o resultado de um recurso, mas ficou proibido de deixar a França e de contatar outros réus no caso, bem como o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que o visitou durante seu breve período de encarceramento — uma cena que gerou controvérsia.
A suspeita é de que assessores próximos do francês tenham negociado o patrocínio com aliados do líder autoritário líbio, morto em 2011 durante uma operação militar chefiada pelos Estados Unidos. Aos 70 anos de idade, Nicolas Sarkozy foi o primeiro ex-presidente na história recente do país a ser, efetivamente, preso. Em condenações anteriores, ele conseguiu reverter as sentenças de detenção ao uso de tornozeleira eletrônica, escapando da cadeia enquanto respondia a outras acusações.
