O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja enviar tropas da Guarda Nacional para Washington, D.C., como parte de um cerco à criminalidade. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 11, pelo jornal americano The New York Times, com base em autoridades do Departamento de Defesa dos EUA sob condição de anonimato. A decisão, ainda não oficializada pelo governo americano, seria implementada após ameaças de Trump de tomar o controle da capital.
A ideia da Casa Branca seria mobilizar até centenas de soldados da Guarda Nacional do Distrito de Columbia. O The New York Times apontou que é improvável que os agentes tenham autoridade de prisão, funcionando mais como um apoio às forças de Washington ou liberando-as para realizar patrulhas pela cidade, segundo um funcionário do Departamento de Defesa.
Além disso, 120 agentes do FBI podem ser realocados temporariamente para conduzir patrulhas noturnas na capital. Caso a medida seja concretizada, os agentes serão retirados de suas funções regulares no escritório de campo do FBI em Washington, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto ao NYT. A movimentação ocorre poucos dias após o governo Trump informar que haveria um aumento na presença da polícia federal em Washington para combater o crime.
Na última sexta-feira, 8, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em comunicado que o aumento da presença de forças federais significa que “não haverá porto seguro para criminosos violentos em D.C.”. A intervenção ocorreu após um suposto ataque a um funcionário federal que trabalhava para a força-tarefa conhecida como “departamento de eficiência governamental” (DOGE), antes chefiado pelo bilionário Elon Musk.
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Planos de Trump
No início de julho, Trump afirmou que considerada tomar controle de Washington, D.C., que é administrada pela prefeita democrata Muriel Bowser. A mudança colocaria fim à autonomia de meio século de Washington — desde 1973, a cidade pode eleger um governo local, ainda que o Congresso dos EUA tenha permissão para revisar suas leis e seu orçamento.
Embora seja do Partido Democrata, a política apostou numa boa relação com o líder do país desde o seu retorno à Presidência, em 20 de janeiro. Ela visitou a Casa Branca para promover esforços para garantir que o time de futebol americano Commanders, da NFL, principal liga do esporte, conseguisse um novo estádio.
Browser também cedeu à pressão para apagar um mural do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português). As letras amarelas em negrito foram pintadas em meio à onda de protestos desencadeada pelo assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco em 2020. A decisão foi resultado de pressão de republicanos, com um deputado apresentando uma legislação para reter o financiamento federal aos transportes públicos da cidade a menos que a prefeitura removesse a arte.