Os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram não participar do desfile do 7 de setembro em Brasília, na manhã deste domingo. Nenhum dos magistrados da Corte esteve presente no ato, marcado por recados políticos, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desfilou no tradicional Rolls Royce ao lado da primeira-dama, Janja da Silva. A decisão ocorre em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado pela tentativa de um golpe de Estado.
A presença dos integrantes do STF na cerimônia não é regra. Nos últimos anos, no entanto, ministros vinham participando do desfile. Em 2024, por exemplo, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin estiveram entre os presentes, o que reforça a possibilidade de as ausências deste ano serem calculadas. VEJA questionou a Corte via assessoria sobre a decisão, mas ainda não obteve retorno.
Os desfiles de 7 de setembro ocorrem no intervalo entre sessões do julgamento da trama golpista que tem entre os alvos Jair Bolsonaro. Ao longo dos últimos anos, apoiadores do ex-presidente utilizaram a data comemorativa da Independência do Brasil como mote para intensas manifestações em todo o país, muitas vezes com críticas ao próprio STF. Iniciado na última terça-feira, 2, o processo na Suprema Corte será retomado nesta semana, quando o relator, Alexandre de Moraes, e os demais ministros da Primeira Turma deverão apresentar seus votos.
‘O Brasil é dos brasileiros’

Principal mensagem adotada pelo governo federal para lidar com a pressão tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, a soberania nacional marcou o desfile deste domingo. Algumas autoridades usavam o boné azul “O Brasil é dos brasileiros” e parte do público, um boné branco com a mensagem “Brasil soberano”. A frase também apareceu em uma faixa no desfile, exibida logo depois da bandeira nacional.
Além de Lula e Janja, também estiveram presentes o presidente da Câmara, Hugo Motta, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Defesa, José Múcio, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e os chefes de Exército, Marinha e Aeronáutica.