Quase um quarto de século após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos voltaram a se reunir nesta quinta-feira, 11, para lembrar as quase 3.000 vítimas da tragédia que mudou para sempre o país. As cerimônias ocorreram em Nova York, no Pentágono e em Shanksville, na Pensilvânia, com minutos de silêncio, badalar de sinos e a leitura dos nomes das vítimas.
Em Manhattan, familiares colocaram bandeiras sobre os nomes gravados em bronze no Memorial do 11 de Setembro, onde ficavam as Torres Gêmeas. Parentes das vítimas aproveitaram a leitura dos nomes para compartilhar mensagens pessoais de como estavam suas vidas depois do atentado. Jovens que não haviam nascido em 2001 também foram prestar suas homenagens.
O vice-presidente do país, J.D. Vance, havia confirmado presença no evento em Nova York, mas cancelou a viagem para visitar a família de Charlie Kirk, ativista conservador morto a tiros na véspera em uma universidade de Utah. O assassinato levou ao reforço da segurança no Marco Zero, onde o diretor do FBI, Kash Patel, esteve presente.
No Pentágono, onde 184 pessoas morreram quando um dos quatro aviões sequestrados atingiu o prédio, o presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania participaram da cerimônia e prestaram tributos. Em seu discurso, Trump afirmou que “o inimigo sempre falhará” e prometeu que o país jamais esquecerá os atentados. O presidente anunciou também que concederá a Medalha Presidencial da Liberdade a Charlie Kirk, chamando-o de “um gigante de sua geração” e “campeão da liberdade”.
Na Pensilvânia, o secretário de Assuntos de Veteranos, Doug Collins, conduziu a homenagem às vítimas do voo 93, que caiu em um campo próximo a Shanksville depois que passageiros tentaram retomar o controle da aeronave. Pelo país, o aniversário dos ataques foi marcado por ações de voluntariado, como doações de sangue, mutirões de limpeza e arrecadação de alimentos, no espírito do “dia nacional de serviço”.
Polarização política
A data é lembrada em meio à forte polarização política no país. Em Nova York, a eleição municipal — que coloca o socialista Zohran Mamdani contra o ex-governador Andrew Cuomo e o prefeito Eric Adams — tem dominado o noticiário. Trump, que busca a reeleição, tem chamado Mamdani de “lunático comunista”, alimentando tensões que remetem ao aumento da islamofobia registrado após os ataques de 2001.
Os atentados de 11 de setembro mataram 2.977 pessoas — incluindo passageiros e tripulantes dos quatro aviões, trabalhadores do World Trade Center, bombeiros, policiais e militares no Pentágono — e desencadearam duas décadas de conflitos, com guerras no Afeganistão e no Iraque. Ainda hoje, os processos contra Khalid Sheikh Mohammed, apontado como mentor dos ataques, seguem sem conclusão.