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Em 5 anos de vida, Pix derrubou saques, formalizou negócios e bancarizou milhões

Lançado em novembro de 2020, o sistema de pagamentos instantâneos Pix, gerido pelo Banco Central, completa cinco anos de vida neste mês tendo revolucionado os hábitos de pagamentos dos brasileiros. Números e dados apresentados pelo BC nesta terça-feira, 11, mostram não só que a ferramenta tomou o lugar do dinheiro em papel, como colaborou para trazer pessoas e negócios tanto para o mercado formal, quanto para o sistema financeiro.

“O pix trouxe muita gente nova par ao sistema, pessoas que não usavam ou sistema financeiro, que tinham uma conta-salário, sacava tudo no primeiro dia e tocava a vida em dinheiro”, disse Renato Gomes, o atual diretor do BC para de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, braço da autarquia que cuida do Pix. Gomes participou de uma live na internet promovida nesta terça-feira pelo BC para falar sobre os cinco anos do Pix.

De acordo com números do BC apresentados por ele, o alcance do Pix, que totalizou 9,4 bilhões de transações em 2021, chegou a 63 bilhões de pagamentos e transferências realizados em 2024. Em valores, o salto foi de 5 trilhões de reais, em 2021, para 26 trilhões de reais em 2024, um aumento de cinco vezes e o equivalente a mais que o dobro do PIB, que está atualmente na casa dos 12 trilhões de reais ao ano.

Os saques minguaram

Para Gomes, “o grande item que foi substituído pelo Pix foi dinheiro”. Depois da entrada em funcionamento da ferramenta, os saques em bancos e caixas eletrônicos no país despencaram, mesmo com cada vez mais pessoas passando a ter algum relacionamento com um banco ou uma fintech para guardar e movimentar o seu dinheiro.

A quantidade de saques realizados caiu mais de 30% de lá para cá: no terceiro trimestre de 2020, último antes da implementação do Pix, foram feitos 1 bilhão de saques no país. No terceiro trimestre de 2024, isso já tinha caído para 660 milhões.

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O dobro de bancarizados

Um número que, de acordo com ele, dá uma ideia da quantidade de pessoas que entraram para o sistema financeiro é o do que é classificado como usuários ativos, ou seja, os indivíduos que fizeram ao menos uma movimentação na conta do banco ou tomaram um crédito nos últimos três meses.

Ao fim de 2018, pouco menos de três anos antes do Pix, o BC contava 77 milhões de pessoas nessa situação. Ao fim de 2023, três anos depois do lançamento, isso havia dobrado, para 152 milhões de pessoas. “Hoje já temos mais de 170 milhões de pessoas usando o pix, o que, em essência, é quase todo adulto do Brasil”, disse Gomes. “Então estamos falando mesmo de uma ferramento de cidadania econômica.”

Nos caso das movimentações feitas por empresas, esse número mais que triplicou, tendo saído de 2,2 milhões de CNPJs realizando operações por meio dos bancos e fintechs em 2018 para 12 milhões em 2023.

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Revolução nas empresas

A facilidade e comodidades geradas pelos pagamentos por meio do Pix também acabaram acelerando a digitalização e formalização do comércio e das empresas em geral, em especial os de pequeno porte, que ainda faziam todas ou quase todas as transações em dinheiro vivo.

Isso, afirma Gomes, transparece no perfil de quem usa o pix: no primeiro ano, 90% dos pagamentos e transferências feitos por Pix eram de uma pessoa para a outra, recorte em que acabavam entrando também os comerciantes informais, ou seja, que recebem os pagamentos por seus serviços na própria conta pessoal. Atualmente, a metade das transações já vai para estabelecimentos comerciais formais.

“O Pix tem um custo de transação muito baixo”, destacou Gomes. De acordo com ele, a taxa para o uso do Pix, que pode ser cobrada dos clientes pessoa jurídica pelos bancos, está em torno de 0,3%, quando não é totalmente gratuita, o que não é incomum para os pequenos negócios. No caso dos pagamentos recebidos pelas empresas por cartão de débito, essa taxa é de 1% e, nos cartões de crédito, pode ser ainda maior. Para as pessoas físicas, a regulamentação determina que o serviço seja sempre gratuito.

“Há um remendo estímulo à digitalização do varejo”, diz o diretor do BC. “Isso permite os estabelcimentos reduzirem muito o uso do dinheiro em espécie, o que favorece o controle financeiro, facilitação a geração de notas fiscais, o recolhimento dos tributos, os controles internos. E quando o lojista se digitaliza, ele tem estímulos para a formalização.”

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