Desde que foi preterido na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o deputado federal Elmar Nascimento (UNIÃO-BA) está focado em um único objetivo: conquistar a vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) que deve ser aberta em 2026.
O parlamentar tem manifestado o desejo de se afastar da política, sobretudo devido ao desgastes que vem sofrendo por uma suposta perseguição da Polícia Federal (PF), que apura suspeitas de envolvimento dele em um esquema de fraudes de licitações e desvio de recursos públicos na Bahia. O inquérito está em poder do Supremo Tribunal Federal (STF).
Aliados de Elmar Nascimento contaram que ele está focado em buscar apoio para a sua indicação à vaga. O deputado, porém, terá que superar alguns obstáculos. O principal deles será romper um acordo costurado entre o PT e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na época da eleição da mesa diretora da Casa.
Naquela ocasião, os petista condicionaram o apoio à candidatura de Motta à presidência da Câmara à garantia de indicar o próximo ministro do TCU. O partido, aliás, já sinalizou que cobrará a fatura. As negociações foram feitas diretamente entre o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) e o então líder do PT, Odair Cunha (MG), que sonha ser ministro do TCU.
Advogado, Cunha participou da recente articulação que assegurou os votos de uma dezena de petistas a favor da PEC da Blindagem. A indicação para a futura vaga no TCU também foi pano de fundo que norteou as negociações entre o PT, Motta e o Centrão, grupo do qual Elmar Nascimento, inclusive, faz parte.
O que alimenta as esperanças do deputado do União Brasil de conseguir a indicação para a vaga, segundo interlocutores, é o fato de ele questionar a capacidade do postulante petista de conseguir apoio de parlamentares dos maiores partidos da Câmara, como o PL e da federação União Brasil/Progressistas.