A pouco mais de um ano das eleições de 2026, as pesquisas de opinião pública vêm enviando recados mistos sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por um lado, no cenário nacional, o petista tem aparecido à frente dos principais rivais de direita na corrida eleitoral — por outro, os levantamentos indicam que a avaliação negativa da sua gestão predomina entre os brasileiros, apesar de oscilações recentes na percepção pelo eleitorado.
Confira, a seguir, os principais pontos de convergência e divergência apontados por três dos principais institutos do país — Quaest, AtlasIntel e Paraná Pesquisas — em levantamentos divulgados nos últimos trinta dias.
Convergência: a baixa aprovação de Lula
Passados dois anos e oito meses do terceiro mandato presidencial de Lula, as pesquisas indicam que o petista está longe de fazer um trabalho com ampla aprovação, o que pode ser decisivo numa tentativa de reeleição. Na maioria dos levantamentos, a taxa de reprovação ao seu governo, ao menos desde o início do ano, supera a aprovação entre o eleitorado.
Levantamento publicado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta segunda-feira, 25, aponta que a gestão federal é aprovada por 42,9% do eleitorado, melhorando levemente em relação ao mês passado (39,8%). Por outro lado, a rejeição chega a 53,6% dos brasileiros, escalando mais de dez pontos em relação a agosto de 2023 (40,1%) — desde novembro do ano passado, a avaliação negativa do Planalto (51%) supera a metade dos entrevistados.
De acordo com a Quaest, em pesquisa publicada na última quarta-feira, 20, a rejeição a Lula ficou em 51% dos brasileiros, recuando em relação a maio (57%), enquanto a aprovação subiu no mesmo período e atingiu 46%. Na comparação com agosto de 2023, a avaliação negativa cresceu 16 pontos percentuais (pp), enquanto a percepção positiva caiu 14 pontos.
Segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg publicada em julho, 50,2% dos brasileiros aprovam o governo Lula e 49,7% reprovam a gestão petista, configurando empate técnico entre avaliações positivas e negativas do Planalto. A desaprovação vinha superando a metade do eleitorado desde janeiro (51,4%), mas recuou em relação ao levantamento publicado em maio (53,7%).
Divergência: a distância de Lula para os rivais
Nas simulações para as eleições presidenciais do ano que vem, Lula aparece à frente ou empatado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (atualmente inelegível) e lidera contra os principais presidenciáveis de direita.
A vantagem do petista contra os rivais, contudo, varia consideravelmente entre os levantamentos — todos com cenários de primeiro turno. Veja abaixo:
Lula x Bolsonaro
- Quaest – Lula: 34%; x Bolsonaro: 28% (margem de erro: 2 pp)
- AtlasIntel* – Lula: 47,8% x Bolsonaro: 44,2% (margem de erro: 1 pp)
- Paraná Pesquisas – Bolsonaro: 35,2% x Lula: 34,8% (margem de erro: 2,2 pp)
*Caso os candidatos fossem os mesmos das eleições de 2022.
Lula x Michelle Bolsonaro (PL)
- Quaest – Lula: 35% x Michelle: 21% (margem: 2 pp)
- AtlasIntel – Lula: 48,5% x Michelle: 29,7% (margem: 1 pp)
- Paraná Pesquisas – Lula: 35,1% x Michelle: 28,9% (margem: 2,2 pp)
Lula x Tarcísio de Freitas (Republicanos)
- Quaest – Lula: 35% x Tarcísio: 17% (margem de erro: 2 pp)
- AtlasIntel – Lula: 48,5% x Tarcísio: 33% (margem de erro: 1 pp)
- Paraná Pesquisas – Lula: 35,1% x Tarcísio: 24,5% (margem de erro: 2,2 pp)
A Quaest ouviu 12.150 brasileiros em oito estados entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025, com margem de erro estimada em 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.020 eleitores em todos os estados e no Distrito Federal entre os dias 17 e 21 de agosto, com margem de erro estimada em 2,2 pontos percentuais.
A AtlasIntel ouviu 7.334 eleitores em todo o Brasil entre os dias 25 e 28 de julho, com margem de erro estimada em 1 ponto percentual.
