Uma pesquisa do instituto AtlasIntel em parceria com a agência de notícias Bloomberg mostrou nesta sexta-feira, 31, que as eleições no Chile ainda permanecem indefinidas. O pleito está previsto para 16 de novembro. Jeannette Jara, do Partido Comunista, lidera nas intenções de voto, com 33,2%, sendo seguida por um empate técnico de 16,8% entre José Kast, de direita, e Johannes Kaiser, libertário conhecido como “Milei do Chile”.
O jogo muda em um possível segundo turno: o levantamento indica que Jara corre risco de ser derrotada por qualquer um dos dois oponentes por 5 ou 6 pontos percentuais, margem estreitíssima. Há espaço para conquistar os indecisos, estimados em cerca de 13%. Será tarefa difícil, já que 54% dos entrevistados pela Atlas têm uma visão negativa sobre a candidata, contra 40% que a enxergam com bons olhos. Por outro lado, Kast e Kaiser também são vistos negativamente por grande parte do eleitorado, 52% e 50% respectivamente.
Entre os principais problemas relatados pelos eleitores, estão “insegurança, criminalidade e narcotráfico”, “corrupção”, “imigração”, “altos preços e inflação” e “impunidade e sistema judicial”. A situação é delicada também para o presidente Gabriel Boric: 58% desaprovam o seu desempenho, contra 38,9% que o apoiam. A pesquisa também aponta que quase 50% dos entrevistados consideram o governo Boric “ruim ou muito ruim”, enquanto cerca de 31% definem como “excelente ou bom”.
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Mapa da América do Sul
A vitória de Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), nas eleições presidenciais na Bolívia no domingo, 19, movimentou o tabuleiro político da América do Sul. Após quase 20 anos de domínio da esquerda, excluída do segundo turno, Paz assumirá o comando do governo boliviano em novembro sob a promessa de oferecer “capitalismo para todos” e pôr fim à lógica do “Estado tranca”, no qual a burocracia exacerbada trava o desenvolvimento econômico.
O triunfo de Paz é reflexo de um movimento mais amplo, também registrado em países da Europa: o avanço da direita e da extrema direita. O conservadorismo, por aqui, pode ainda ganhar espaço maior devido às eleições no Chile. A alternância entre direita e esquerda é comum na história moderna do continente. Hoje, o placar continua favorável, ainda que por margem estreitíssima, para a esquerda. Cinco dos 12 países do continente são liderados por políticos direitistas. Veja abaixo quais países são governados, no momento, pela esquerda ou direita.
ESQUERDA (7)
- Brasil – Luiz Inácio Lula da Silva
- Chile – Gabriel Boric
- Colômbia – Gustavo Petro
- Guiana – Irfaan Ali
- Suriname – Jennifer Simons
- Uruguai – Yamandú Orsi
- Venezuela – Nicolás Maduro
DIREITA (5)
- Argentina – Javier Milei
- Bolívia – Rodrigo Paz
- Equador – Daniel Noboa
- Paraguai – Santiago Peña
- Peru – José Neri