As exportações brasileiras de café para os Estados Unidos despencaram em agosto de 2025, primeiro mês completo sob imposição do tarifaço de 50% sobre o produto. Com alta na alíquota, os embarques caíram pela metade, com queda da orde dos 55% nos embarques de café para os EUA.
Dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) mostram o tamanho do efeito Trump nas exportações de café : 1º e 25 do mês, a queda geral nos embarques já era de 46,6%. No total, o Brasil exportou 2,99 milhões de sacas de 60 quilos em agosto, segundo dados parciais publicados pelo Cecafé. Ou seja, mesmo mantendo fluxo para outros destinos, o impacto da sobretaxa é alto.
Até julho, os Estados Unidos respondiam por 16,8% das exportações brasileiras de café no ano, com 3,713 milhões de sacas compradas no acumulado do ano, apesar da queda de 17,9% frente a 2024.
Exportadores de café estão em missão com a CNI nos EUA
Nesta semana, o Cecafé participa da missão liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Washington nesta quart-afeira 3 e quinta-feira, 4, com o objetivo principal de discutir e negociar a reversão ou redução da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, incluindo o café.
A comitiva conta com mais de 130 empresários. A agenda inclui reuniões com parlamentares no Capitólio, encontro com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, e uma plenária empresarial Brasil-EUA. Também está prevista uma audiência pública no USTR, órgão responsável pela política comercial americana, onde serão discutidos os impactos da tarifa.
Um dos argumentos defendidos pelo Cecafé é o impacto do tarifaço no mercado norte-americano. Brasil produz 35% de todo o café que os Estados Unidos compram. A cada dólar exportado em café para os Estados Unidos, são gerados 43 dólares na economia americana. O café movimenta 1,2% do PIB americana e 0,89% do PIB brasileiro. É consumido por 76% dos americanos diariamente e gera no país cerca de 2,2 milhões de empregos. Os dados apresentados pelo Cecafé que mostram que a representatividade do café é maior para a economia americana do que para a brasileira.