Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, vitralista e professor. As pinturas e gravuras de Eduardo Sued, com os seus impressionantes 100 anos, exploram a espacialidade e as formas geométricas com cores marcantes. Na última semana, ele participou da inauguração da exposição Pintura: 100 anos, em comemoração ao seu centenário, em uma gelaria no Leblon, Rio de Janeiro. Ao longo da vida, Sued já trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), frequentou as academias La Grande Chaumière e Julian em Paris. E no Brasil se tornou discípulo no ateliê de Iberê Camargo (1914-1994) para estudar gravura em metal, tornando-se mais tarde seu assistente. Hoje, ainda produzindo com dez décadas de vida, ele não pensa em parar.
“Acordei no dia seguinte ao meu aniversário e vi a sala do apartamento ainda decorada com balões dourados. Parei para refletir: tenho 100 anos. Fico admirado, porque é coisa para caramba. Quantos animais vivem um século? Poucos. Meu corpo sabe o que é ter dez décadas. Uso cadeira de rodas, tenho dificuldade para escutar e conto com o auxílio de uma cuidadora para beber água, por exemplo. Mas a minha cabeça não para nunca e me diz justamente o contrário: eu sou jovem. Para mim, a cor é a presença de vida. E isso significa que vou seguir pintando. Parar, definitivamente, não é uma opção”, disse em depoimento à Veja Rio.
