Após mais de duas décadas, o ex-ministro e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Dirceu volta a ocupar um cargo na direção nacional da legenda a partir deste mês.
A decisão, que já vinha sendo ventilada ao longo dos últimos meses, foi confirmada durante o 17º Encontro Nacional do partido, que aconteceu neste final de semana, em Brasília.
O evento marcou a posse de Edinho Silva como novo presidente nacional da sigla pelos próximos quatro anos e reuniu nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-comandantes da legenda Gleisi Hoffmann e Rui Falcão. Os presidentes dos diretórios estaduais do partido recém-eleitos também participaram da cerimônia.
Dirceu foi escolhido membro do Diretório Nacional por São Paulo, juntamente com Carlos Zarattini, Professora Bebel, Juvandia Moreira Leite, Ligia Toneto e Marcelo Mizael.
Segundo lideranças do PT, o ex-ministro deve disputar uma vaga como deputado federal pelo estado em 2026, além de participar ativamente da campanha de Lula à reeleição.
José Dirceu chegou à presidência do PT em 1995 e permaneceu no cargo por sete anos, até a primeira vitória presidencial de Lula, em 2002, na campanha da qual foi coordenador, como é costume entre os dirigentes do partido.
Dirceu assumiu o cargo de ministro da Casa Civil em 2003 e, em 2005, foi afastado do posto na esteira do escândalo do Mensalão. Foi condenado por corrupção tanto no esquema quanto na Lava-Jato e chegou a cumprir pena no regime fechado e aberto. Em outubro do ano passado, o ministro do STF Gilmar Mendes anulou as condenações de Dirceu no âmbito do “petrolão”. Antes disso, em 2016, o ministro Luís Roberto Barroso, também do Supremo, já havia concedido o perdão de pena no processo do Mensalão.
Posse
Em seu discurso de posse no domingo, 3, Edinho Silva defendeu que uma das prioridades de sua gestão será articular a vitória de Lula em 2026, bem como estruturar e organizar o partido para quando o presidente não mais disputar eleições.
“Temos a responsabilidade de construir o PT quando Lula não estiver mais nas urnas (…). O seu substituto não será um nome, seu substituto será o Partido dos Trabalhadores. Com um PT forte e organizado, dialogando com a sociedade, o nome nós vamos construir”, afirmou.
Edinho também defendeu que o partido apoie o governo na defesa de um projeto de Brasil voltado ao combate da pobreza por meio do investimento na agricultura e na indústria fortes e por meio da reforma de renda.