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Dólar em queda: moeda americana caminha para maior desvalorização anual desde 2017

O dólar americano está prestes a registrar sua maior queda anual desde 2017, após desvalorizar cerca de 9,5% frente a uma cesta de moedas globais. Especialistas de Wall Street projetam novas perdas em 2026, à medida que o Federal Reserve (Fed) avança com cortes na taxa de juros, em contraste com outros bancos centrais que mantêm ou elevam seus custos de crédito.

A fraqueza da moeda começou em meio à escalada da guerra comercial liderada pelo presidente Donald Trump, que levantou temores sobre a economia dos Estados Unidos e questionou a tradicional posição do dólar como refúgio seguro para investidores.

Entre as moedas fortes, o euro foi a que mais se valorizou, ganhando quase 14% e ultrapassando a marca de US$ 1,17, nível visto pela última vez em 2021.

O enfraquecimento inicial do dólar foi impulsionado pelas tarifas impostas por Trump a parceiros comerciais dos EUA em abril, chegando a cair até 15% frente às principais moedas antes de recuperar parte das perdas. A retomada do corte de juros pelo Fed em setembro, no entanto, manteve a pressão sobre a moeda americana.

Analistas apontam que novos cortes, previstos para dois ou três intervalos de 0,25 ponto percentual ao longo de 2026, podem empurrar o dólar ainda mais para baixo, especialmente se a liderança do Fed passar para um nome mais alinhado às demandas do governo Trump, como Kevin Hassett, potencial sucessor de Jay Powell.

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A escolha do novo presidente do Fed é acompanhada com atenção global, já que uma postura mais interventiva na política monetária poderia acelerar a desvalorização da moeda.

Enquanto isso, o euro deve se fortalecer, podendo chegar a US$ 1,20 no final de 2026, segundo projeções de bancos de Wall Street, enquanto a libra esterlina tende a subir de US$ 1,33 para US$ 1,36.

A divergência nas políticas monetárias, Fed cortando juros enquanto o Banco Central Europeu mantém ou eleva, cria pressões de longo prazo sobre o dólar, com impactos significativos para empresas globais e fluxos de capital.

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A desvalorização do dólar tem efeitos distintos sobre a economia real. Para exportadores americanos, representa vantagem competitiva, enquanto para empresas europeias que dependem do mercado norte-americano, aumenta custos e incertezas.

A estratégia do Fed em 2026 será crucial não apenas para a moeda, mas também para mercados de títulos, commodities e investimentos internacionais.

Especialistas destacam ainda que o avanço da inteligência artificial e a expansão tecnológica nos EUA podem limitar o espaço do Fed para cortes agressivos, sustentando o crescimento econômico americano frente à Europa. “Não acreditamos que as políticas econômicas de Trump possam interromper a revolução tecnológica em curso na Costa Oeste”, diz Kit Juckes, estrategista de câmbio do Société Générale.

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No entanto, o histórico de volatilidade do dólar e a hesitação de investidores estrangeiros em exposição não protegida (unhedged) continuam a gerar pressão. A revisão estrutural das posições cambiais por grandes investidores globais, especialmente na Europa, tem contribuído para a trajetória de baixa da moeda americana.

O desempenho do dólar em 2026 será, portanto, resultado de uma combinação de política monetária, escolhas estratégicas do Fed e a dinâmica global de investimentos, mantendo a moeda americana no centro de atenção de mercados e governos ao redor do mundo.

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