Está mesmo próximo o acordo para a gestora IG4 Capital herdar uma dívida multibilionária da antiga Odebrecht com cinco grandes bancos – e, por tabela, assumir o controle da Braskem.
É o que mostra um documento, obtido pelo Radar, segundo o qual equipes técnicas do BNDES já trabalham na papelada para submeter a transação aos órgãos de controle interno do banco público.
Os outros credores da Novonor, como passou a se chamar a construtora depois da Lava-Jato, são Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil.
Segundo senadores que questionam a possível operação, a dívida da antiga Odebrecht com credores que tem ações da Braskem como garantia chega a 19 bilhões de reais.
Pelo modelo discutido na negociação entre todas essas partes, a IG4 Capital passaria a ser titular de todas as ações da Braskem hoje pertencentes à Novonor – pouco mais da metade – assumindo o controle da petroquímica.
Para os bancos credores, a triangulação é uma tentativa de recuperar o dinheiro emprestado, tempos atrás, à Odebrecht.
No documento obtido pelo Radar, o BNDES diz ser a instituição com a menor exposição financeira entre as cinco.
O banco de desenvolvimento também informa no documento que o grupo de credores busca, há alguns anos, a monetização da garantia – as ações da Braskem – , mas não teve êxito até o momento, o que é atribuído principalmente à tragédia socioambiental provocada pela petroquímica em Maceió (AL), afundando bairros inteiros.