Nesta sexta-feira, 24 de outubro, chega aos 50 anos o assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar brasileira, ocorrido dentro do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de São Paulo. Símbolo da luta por democracia e dos horrores do regime, Herzog será homenageado de diversas maneiras ao longo dos próximos dias — e será também eternizado no cinema pelo documentário A Vida de Vlado – 50 Anos do Caso Herzog, que tem sua estreia mundial às 19h30 na Cinemateca Brasileira como parte da 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No dia seguinte, às 23h, a produção será exibida na TV Cultura.
O longa é dirigido por Simão Scholz e explora também a vida antes da tragédia. Nascido Vlado Herzog no Reino da Iugoslávia e naturalizado brasileiro, o jornalista se formou em filosofia em 1959 e teve passagem por diversos veículos, além do posto de professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Ao lado da esposa Clarice Herzog, criava os filhos Ivo e André. Em 1975, ele foi ao DOI-CODI prestar esclarecimentos sobre ligações com o Partido Comunista Brasileiro e nunca mais voltou. A perda atingiu amigos, colegas, familiares e toda uma nação.
Para ilustrar as repercussões do assassinato, o documentário conta com depoimentos de Ivo e André, além dos jornalistas Paulo Markum, Dilea Frate, Sergio Gomes e Anthony de Cristo, que trabalharam com Herzog. O médico Ubiratan de Paula Santos, ex-líder estudantil, também concedeu entrevista a Scholz. A partir das falas coletadas e do material de arquivo, o filme reconstrói toda a trajetória de Vlado e também a de Clarice, que lutou pela responsabilização dos assassinos do marido. A narração é de Chico Pinheiro.
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