Na decisão em que autorizou operação da Polícia Federal (PF) dentro da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, o ministro Flávio Dino, do STF, proibiu a chefe da assessoria especial do gabinete da presidência da Casa, Mariangela Fialek, de exercer “atividades relacionadas à proposição, tramitação ou destinação de emendas parlamentares”.
O principal objetivo das buscas de agentes da PF nesta sexta é investigar irregularidades na organização dos repasses de verbas do Orçamento federal comandada informalmente pela cúpula do Congresso.
Nomeada para o cargo em 2021, pelo então presidente recém-empossado Arthur Lira (PP-AL), Mariangela assumiu papel central nas negociações e na engenharia sobre quanto dinheiro cada parlamentar poderia indicar a cada ano. Manteve a função sob o atual chefe da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Ao expedir mandados de busca em todos os endereços ligados a Mariangela, inclusive dentro da Câmara, Dino deu “autorização expressa” à PF para apreender “documentos e quaisquer dispositivos de armazenamento computacional, telefones e smartphones, bem como QUEBRA DE SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS E TELEMÁTICOS que permita extração e a análise de dados neles armazenados”.