A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, anunciou nesta terça-feira, 7, que proibirá o acesso a redes sociais para menores de 15 anos. Em discurso ao Folketing, o Parlamento dinamarquês, ela afirmou que os smartphones acabam por “roubar a infância de nossos filhos” e que “libertamos um monstro”, alertando: “Nunca antes tantas crianças e jovens sofreram de ansiedade e depressão”. A premiê, contudo, ainda não informou quais plataformas serão bloqueadas, mas adiantou que “várias” estão na mira.
Acredita-se que a medida entrará em vigor em 2026. Apesar da ameaça, Frederiksen disse que haverá uma opção que possibilitará que os pais concedam o acesso aos seus filhos a partir dos 13 anos. Ela frisou que muitas crianças têm dificuldade em ler e se concentrar pela superexposição às redes e alertou que “nas telas elas veem coisas que nenhuma criança ou jovem deveria ver”.
Para mostrar os prejuízos no processo de socialização, a primeira-ministra citou dados que mostram que 60% dos meninos de 11 a 19 anos não viam um único amigo no tempo livre, ao passo que 94% dos estudantes na sétima série tinham um perfil nas plataformas antes dos 13 anos no país. A proibição foi definida como um “avanço” pela ministra da Digitalização da Dinamarca, Caroline Stage.
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“Já disse isso antes e repito: fomos ingênuos demais. Deixamos a vida digital das crianças para plataformas que nunca tiveram o bem-estar delas em mente. Precisamos passar do cativeiro digital para a comunidade”, advertiu Stage.
A Dinamarca segue os passos da Austrália, que introduziu uma proibição em plataformas como Facebook e TikTok para menores de 16 anos, e da Noruega, planeja impor um limite mínimo de idade de 15 anos para criar uma conta nas redes.
O novo cerco também ocorre após o governo dinamarquês anunciar, em fevereiro , que celulares seriam proibidos em todas as escolas e clubes extracurriculares em consonância com as recomendações de uma comissão governamental de bem-estar, que investigou a crescente insatisfação entre os mais jovens. A iniciativa concluiu que menores de 13 anos não deveriam ter celulares ou tablets.