Chegaram as férias de julho. Uma felicidade para os estudantes e uma preocupação a mais para os pais, que continuam trabalhando a todo vapor. Se a garotada está de saída para algum acampamento ou colônia de férias, ok, mas se vai ficar em casa, é necessário agir para que não caia no tédio ou fique grudada na tela do smartphone. Para ajudar no desafio, Veja compartilha aqui dicas da psicopedagoga Makeliny Oliveira, da Cruzeiro do Sul Virtual. E a principal recomendação da especialista é aproveitar o tempo livre como uma oportunidade de aprendizado, conexão familiar e desenvolvimento emocional.
Como fazer isso? “As atividades de férias não devem ser apenas formas de ocupar o tempo”, diz Makeliny. “Elas são ferramentas poderosas para que as crianças crescerem, relaxarem e aprenderem de maneira leve e significativa, mesmo fora da escola. ” A primeira dica é incluir os filhos em atividades domésticas simples, que podem reforçar os laços familiares. Por exemplo, convidar as crianças para preparar a refeição tem tudo para transformar uma tarefa cotidiana em uma diversão conjunta. Outra opção: abrir o guarda-roupa para tirar peças usadas para doação. O mesmo vale para os brinquedos. “Isso ensina as crianças a ter empatia”, diz a especialista.
Incentivar atividades ao ar livre, mesmo com o frio, ajuda a aumentar a conectividade com a natureza, estimula a atividade física e faz bem a saúde. Uma visita aos parques públicos da cidade, por exemplo, pode ser uma boa oportunidade para sair do normal, praticando um esporte ou apenas organizando brincadeiras conhecidas dos pais, como pega-pega ou esconde-esconde. “Se a disposição não for tanta assim, leve uma lupa para a criança observar insetos”, diz Makeliny. Seja qual for a escolha, os pais precisam entender que nessa época terão de achar um tempo para compartilhar com as crianças, mesmo que de maneira programada. Nem que seja ao menos 15 minutos por dia, os adultos precisam fazer alguma atividade escolhida pela criança.
Mas é preciso ficar atento que em cada faixa etária os interesses mudam. Até os dois anos de idade, as crianças estão focadas na exploração sensorial. Por isso é importante incluir brinquedos na hora do banho ou disponibilizar potes de grãos para brincadeiras. Já dos 3 aos 5, os pequenos estão na fase do faz de conta. Elas adoram atividades lúdicas e fantasias. Dos 6 aos 10, o desafio é descobrir novas coisas, por isso, brincadeiras como jogos de palavras podem fazer sucesso. A pré-adolescência, que vai dos 11 aos 14 anos, a criatividade marca o período, portanto estimular a criação artística deve trazer muito entretenimento. Já os adolescentes, entre 15 e 17 anos, precisam exercitar a expressividade e o sentimento de pertencimento. Introduzi-los em causas sociais e desenvolver a escrita criativa pode ser uma boa escolha. Tudo isso significa, sim, mais trabalho para os pais, mas com certeza o convívio mais intenso pode entrar para o álbum da família, como uma época a ser lembrada com felicidade.
Leia:
+https://veja.abril.com.br/coluna/janela-indiscreta/guarda-compartilhada-nas-ferias-como-dividir-o-tempo-com-os-filhos/
+https://veja.abril.com.br/coluna/mae-para-toda-obra/casas-de-brincadeiras-oferecem-pacotes-de-ferias-para-criancas/