Por mais de cinco séculos, o Homem Vitruviano; o célebre desenho de Leonardo da Vinci que representa o “homem ideal” dentro de um círculo e um quadrado; intrigou pesquisadores.
As proporções da figura, com braços e pernas abertos em diferentes posições, pareciam perfeitas demais para serem fruto apenas da observação. Agora, um novo estudo propõe uma explicação surpreendente para esse cálculo milimétrico.
O que há de especial na virilha do desenho?
Segundo a análise, publicada na revista Journal of Mathematics and the Arts, o segredo estaria em um triângulo formado entre as pernas da figura. Ao observar atentamente a ilustração, o pesquisador responsável notou que o espaço entre os pés e o umbigo segue proporções quase idênticas às de uma figura geométrica perfeita — o triângulo equilátero.
Esse formato teria sido usado por Leonardo para equilibrar o corpo dentro do círculo e do quadrado, criando uma harmonia visual que antecipou descobertas matemáticas que só seriam formalizadas séculos depois.
O que esse triângulo pode revelar sobre Da Vinci?
A descoberta sugere que Leonardo não se guiava apenas pela arte, mas também por uma intuição matemática extraordinária. Ele teria percebido, por conta própria, que o corpo humano obedece a proporções universais, repetidas em estruturas da natureza, como cristais, conchas e plantas.
Embora o conceito só tenha sido descrito oficialmente no século XIX, Da Vinci pode ter intuído que o equilíbrio do corpo humano depende dessas mesmas leis de simetria. Sua genialidade, portanto, teria unido biologia, geometria e estética muito antes da ciência moderna fazer o mesmo.
Por que essa teoria chama tanta atenção?
A pesquisa oferece uma nova resposta a um dos maiores enigmas da história da arte. Durante séculos, acreditou-se que o Homem Vitruviano seguia a chamada “proporção áurea”, a famosa regra da beleza perfeita. Mas as medidas não coincidiam exatamente. O triângulo oculto, por outro lado, explica por que as linhas do desenho se encaixam com tamanha precisão.