Mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal serviram de embasamento para a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a prisão do desembargador Macário Ramos Judice Neto, nesta terça-feira.
Entre outros pontos, elas demonstram, segundo a PF, uma “relação de intimidade” do magistrado com o presidente afastado da Alerj, Rodrigo Bacellar, ambos investigados pelo vazamento de informações da Operação Zargun, que resultou na prisão do então deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, do MDB, conhecido como TH Joias, e outras 17 pessoas por envolvimento com facções criminosas.
Segundo a PF, o desembargador e Bacellar jantaram juntos em uma churrascaria no Rio na noite anterior à prisão de TH Joias. Investigadores relatam que na residência do deputado, no dia da prisão, “havia indícios de prévio vazamento da realização da ação policial, visto que não tinham pertences relevantes ou pessoais no imóvel”.
“Minutos antes de informar a seu assessor RUI CARVALHO que estava na Churrascaria Assador com MACÁRIO JUDICE, RODRIGO BACELLAR responde à funcionária do DETRAN/RJ, THALITA ALVES, que se encontra em um jantar com um Desembargador. Essa interação, registrada às 22:04h do dia 2/9/2025, reforça a existência de encontro físico entre BACELLAR e MACÁRIO na véspera da deflagração da Operação Zargun”, diz trecho da representação da PF ao STF.