No feriado da Consciência Negra, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou oficialmente o projeto Praça Onze Maravilha, que promete uma revolução urbanística na região da Marquês de Sapucaí e Pequena África. O plano tem semelhanças com o Porto Maravilha, que nasceu com a queda da Perimetral. Um ponto central é a demolição do Viaduto 31 de Março – importante ligação entre Zona Sul e Centro, da década de 1960 – para a criação do Boulevard do Samba, um grande corredor ao lado do Sambódromo. Para a passagem dos veículos, será aberto um mergulhão.
Os investimentos chegam a R$ 1,75 bilhão e sairão do papel por meio de contratos de concessão e Parcerias Público-Privadas (PPPs), que reúnem instrumentos como potencial construtivo e pagamento de outorga onerosa. O plano todo foi apresentado nesta quinta-feira, 20, na quadra da escola Estácio de Sá. Paes, provável candidato ao governo do estado em 2026, estava ao lado no palco do vice, Eduardo Cavaliere (PSD), escolhido como seu sucessor.

A Praça Onze é considerada o berço do samba, mas ao longo do tempo sofreu com o esvaziamento e degradação. “Como foi feito no Porto, vamos derrubar o Viaduto 31 de Março e construir uma grande esplanada, com área de convivência e residenciais”, disse Cavaliere num vídeo postado nas redes com Paes, sobre o Boulevard do Samba, do arquiteto Rodrigo Azevedo. A poucos passos da Sapucaí, fica o Terreirão do Samba, espaço de shows que vai abrigar a Biblioteca dos Saberes, projetada por Francis Kéré, de Burkina Faso, único arquiteto negro a ganhar o prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura, em 2022. Para a região, são esperadas 40 mil novas unidades residenciais e mais de 100 mil novos moradores nos próximos vinte anos.
No evento de hoje, também foram apresentados detalhes do futuro Centro Cultura Rio-África, integrante do Praça Onze Maravilha, e do Parque do Porto, uma ilha sobre estacas na Baía de Guanabara, em frente à Praça Mauá. “Neste Dia Nacional da Consciência Negra, dia de Zumbi dos Palmares, temos a responsabilidade de estar à altura, no presente, do legado de uma cidade que canta e conta suas histórias”, afirmou o prefeito na quadra da Estácio.