Os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Pereira Júnior (PT) querem que a Polícia Federal investigue a suspeita de que os dois teriam sido vítimas de gravações “ilegais”, atribuídas indiretamente a “integrantes do governo do Maranhão”, estado dos parlamentares, comandado por Carlos Brandão (sem partido).
Em ofício, Jerry e Pereira Júnior pediram que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotasse providências junto à PF. O secretário executivo do Ministério do Esporte, Diego Galdino – número 2 do também maranhense André Fufuca (PP) – , seria o terceiro alvo do suposto grampo, segundo a representação.
A dupla de deputados narra no documento que, na semana passada, “começou a circular em Brasília que integrantes do governo do Maranhão estavam em posse de gravações em áudio” que “constariam em inquérito policial instaurado e instruído pela Polícia Civil do Estado”.
Ambos são aliados políticos históricos de Flávio Dino, que deixou o governo maranhense em 2022 para disputar a eleição ao Senado, alçando Brandão, então vice-governador, à chefia do Executivo. Na cadeira, o antigo substituto se reelegeu. Agora, busca cacifar seu sobrinho Orleans Brandão (MDB) para a corrida da sucessão em 2026.
“Os fatos são gravíssimos, pois podem revelar possível utilização política da Polícia Civil do Estado do Maranhão para perseguir adversários e/ou até mesmo para constranger aliados”, escrevem Jerry, recém-migrado para a oposição a Brandão, e Pereira Júnior, cujo pai, Rubens Pereira, é secretário estadual de Articulação Política.
“Caso se confirmem os fatos revelados, acerca da existência de inquérito policial ou qualquer outro procedimento investigatório contra membros do Congresso Nacional em pleno exercício dos mandatos conduzidos pela Polícia Civil, ou ainda de procedimentos completamente à margem da Constituição Federal e do ordenamento jurídico, como interceptações telefônicas, de dados ou mesmo gravações ambientais não autorizadas, tratar-se-á de repugnante violação das prerrogativas parlamentares”, afirmam os deputados.