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Deputada pede para o STF anular processo de corrupção contra o marido

​Enquanto parte do Congresso tenta aprovar a PEC (proposta de emenda constitucional) que acaba com o foro especial de parlamentares no Supremo Tribunal Federal, a deputada Alessandra Haber (MDB), a mais votada nas eleições de 2022 no Pará, entrou com uma reclamação no STF para reivindicar o privilégio na Corte, o que na prática beneficiaria o marido. Embora ela não apareça entre os investigados, a parlamentar alega que foi citada em processo criminal movido por suspeitas de corrupção contra o prefeito de Ananindeua (PA), Dr. Daniel Santos (PSB), com quem é casada.

​Para atuar no STF, Haber contratou um advogado de peso no mundo político e jurídico, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

A reclamação está em segredo de Justiça, aparecem apenas as iniciais do nome da deputada, mas um despacho da ministra Cármen Lúcia, relatora da ação, traz alguns detalhes.

​A parlamentar alega que uma testemunha a mencionou como “suposta beneficiária de vantagem indevida”. Essa menção se deu no processo criminal movido pelo Ministério Público contra Dr. Daniel, que chegou a ser afastado do cargo por ordem judicial no início de agosto, mas derrubou a decisão no dia seguinte.

Na sequência, Haber entrou com a reclamação no STF em que pede para o caso do marido ser transferido ao Supremo e que todos os atos investigatórios, determinados pela Justiça Estadual, sejam anulados por “usurpação da competência do STF”.

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​“A partir do momento em que, no curso das investigações, houve referência expressa de que uma deputada federal teria sido beneficiária de supostos pagamentos decorrentes de atos de corrupção, caberia a esta Suprema Corte deliberar sobre a continuidade da apuração”, argumenta a deputada.

A ministra Cármen Lúcia pediu informação ao Tribunal de Justiça do Pará, antes de decidir. Atualmente, o processo está em seu gabinete para análise.

​Haber não consta como investigada ou suspeita no processo criminal. Nessa ação, o Ministério Público acusa o Dr. Daniel de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em seis licitações de R$ 115 milhões da Prefeitura de Ananindeua, a segunda maior cidade do Pará.

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A Promotoria afirma que o dono das empreiteiras, vencedoras das concorrências fraudadas, quitou parcelas de uma fazenda comprada pelo prefeito por R$ 16 milhões, no interior do Pará.

​A investigação aponta ainda que outros fornecedores da prefeitura também pagaram bens pessoais adquiridos por Dr Daniel, entre eles outra fazenda de R$ 1,4 milhão, parcela de R$ 300 mil do jatinho Cessna Citation Jet, R$ 1,1 milhão em diesel para o maquinário de propriedade rural e uma retroescavadeira de R$ 870 mil. O prefeito nega todas as acusações.

​Em nota, no dia da operação do Ministério Público, ele culpou ao seu adversário político, o governador Helder Barbalho (MDB), que teria “redes de influências” com promotores de Justiça. “Utilizam instrumentos arbitrários, baseados em uma decisão monocrática, sem direito à defesa prévia, que parece atender apenas a interesses políticos locais”, afirmou Dr. Daniel.

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