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Depois de levar golpe e quebrar, ele construiu uma empresa que fatura R$ 300 milhões

Depois de transformar a Renova Be em marca líder do mercado brasileiro de colágeno, o empresário Nivaldo Júnior agora organiza a próxima etapa do negócio. À frente do conselho do grupo Vitabe, o empresário prepara a venda da marca, que é o carro chefe da empresa para uma grande farmacêutica em 2027.

Fundada em 2017, a Vitabe é um caso de empresa que acelerou na pandemia. Segundo o empresário, o faturamento saiu de 35 milhões de reais em 2020 para 204 milhões de reais em 2021. Em 2024, a receita ficou em 240 milhões de reais. Para 2025, a projeção é chegar a 300 milhões de reais. O plano para 2026 é ultrapassar 500 milhões de reais, com apoio de um investidor estrangeiro que, segundo ele, deve adicionar cerca de 200 milhões de reais para acelerar marketing e distribuição dos produtos.

O motor desse crescimento é a Renova Be. A marca responde por cerca de 80% do faturamento do grupo, e o colágeno em pó concentra aproximadamente 70% da receita. Desenvolvido em 2020, o produto se diferenciou por eliminar o gosto residual bovino e combinar colágeno com ácido hialurônico,  dois ativos com respaldo científico. Hoje, segundo a empresa, são cerca de 3 milhões de clientes ativos e presença em aproximadamente 25 mil pontos de venda, entre farmácias, supermercados e lojas de departamento.

Trajetória de altos e baixos

A Vitabe não tem fábrica própria e trabalha com três indústrias farmacêuticas homologadas, uma delas fornecedora da EMS. “Não faz sentido imobilizar 10 milhões de reais ou 12 milhões de reais em fábrica para um payback de sete ou oito anos. Nosso foco é marca, digital e distribuição”, diz o empresário. Atualmente, o grupo tem cerca de 120 funcionários diretos, sendo mais da metade dedicada a marketing.

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A trajetória dele ajuda a explicar o seu modelo de negócio. A experiência empreendedora foi marcada por erros caros. Em pouco mais de uma década empreendendo, Nivaldo passou por moda, e-commerce e indústria de calçados. Aos 22 anos, levou um golpe de 2 milhões de reais de um intermediário em importações da China, que acumulou pedidos e apresentou códigos de rastreio falsos. “Esse cara armou certinho. Deixou acumular ali três meses de pedido, mandando o código de rastreamento falso. E aí, acabou me quebrando”, diz.

A quebra o obrigou a recomeçar. Anos depois, voltou a perder dinheiro com capital preso em estoque de calçados.  “De fato, a nossa grana estava em estoque. A  gente estava com um problema financeiro, precisando pagar as contas, coisas meio atrasadas”, conta. Ali, diz ele, ficou claro que precisava de um negócio menos intensivo em ativos.

A estratégia de crescimento passa por mídia. Desde 2021, o grupo investe entre  100 e 110 milhões  de reais por ano em publicidade. Durante a pandemia, enquanto concorrentes cortavam contratos, a Vitabe renegociou acordos longos com grandes influenciadores a custos bem mais baixos, o que ajudou a acelerar o ganho de escala no digital e a entrada no varejo físico.

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Planos para o futuro

Para Nivaldo, o mercado de suplementos entrou em uma fase mais dura. A combinação de mídia mais cara e regras mais rígidas da Anvisa, como a exigência de testes de estabilidade, deve elevar o custo de entrada e reduzir o número de empresas. “Vai separar quem está preparado de quem entrou achando que era fácil”, afirma.

A expectativa agora é usar 2026 como ano de alcance máximo, mesmo com margens pressionadas, para cumprir os critérios exigidos por compradores do setor farmacêutico. “O objetivo é claro: ganhar escala, atingir os múltiplos certos e vender a marca”, diz. Mesmo após a transação, ele afirma que não pretende parar. “Não penso em aposentadoria. Só em jogar um jogo maior.”

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