Um dos depoimentos no STF das testemunhas de acusação na investigação da suposta tentativa de golpe de Estado virou palco, por videoconferência, de uma provocação do membro da assessoria criminal da PGR Joaquim Cabral da Costa Neto ao advogado Eduardo Nostrani, que defende o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
Nostrani já havia interrompido algumas vezes a etapa de perguntas da Procuradoria-Geral da República a Adiel Pereira Alcântara, que era coordenador de análise de inteligência na PRF à época das eleições de 2022, alegando que o depoente estava recorrendo a “ilações” e opiniões pessoais, em vez de responder com fatos concretos.
Lá pela quinta interjeição do advogado de Vasques, o membro da PGR se irritou e questionou: “Tomou café da manhã, não?”
O advogado Eduardo Kuntz, que defende o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, interveio contra o tom de deboche do representante da Procuradoria e pediu calma. “Senão, quando for minha vez mais tarde, nós vamos nos estapear virtualmente”, acrescentou.
Pouco depois, Costa Neto disse que estava “disposto” a manter o tratamento cordial a todos os participantes e o clima se tranquilizou.
