Testemunha de acusação na ação do plano de golpe de Estado, o delator Mauro Cid começou a depor há pouco no STF.
O início da oitiva foi tenso, com o ministro Alexandre de Moraes dando uma dura no advogado Jeffrey Chiquini da Costa, que representa o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrante das Forças Especiais e acusado de integrar a trama golpista.
O advogado reclamou de só ter tido quatro dias para analisar 78 terabytes de material antes do depoimento de hoje. “É humanamente impossível que exerçamos o contraditório e a ampla defesa eficaz nesse ato”, disse o defensor.
Moraes então foi explicar a situação, sendo interrompido pelo advogado: “Isso já foi decidido no núcleo anterior. Quem pediu esse material, quem juntou não foi a acusação. Foram as defesas. Não há nada nesse material imputado… [interrupção do advogado] Doutor, enquanto eu falo o senhor fica quieto”.
O ministro ainda ironizou as reclamações do defensor: “Se o senhor quiser conduzir a acusação,deveria ter prestado concurso para o Ministério Público”, disse Moraes. “Não é o senhor que deve dizer ao PGR se ele vai denunciar seu cliente no núcleo 1, no núcleo 2 ou no núcleo 3”, seguiu o ministro.
Cid foi chamado a falar sobre todos os outros réus dos núcleos 2, 3 e 4 da denúncia apresentada pela PGR ao Supremo.
Como delator, Cid não pode mentir nem omitir informações durante o depoimento.