O ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros durante uma emboscada na noite de segunda-feira, 15, na Baixada Santista, não estava em um carro blindado no momento em que foi abordado pelos atiradores. A informação é do prefeito Alberto Mourão (MDB), de Praia Grande, onde o ex-chefe da Polícia Civil paulista atuava como secretário municipal de Administração.
Segundo Mourão, Fontes costumava usar carros blindados no dia-a-dia, mas algo “excepcional” ocorreu na segunda-feira, 15, e o secretário decidiu usar outro veículo para trabalhar. Ao jornal Folha de S.Paulo, o prefeito disse que o ex-delegado costumava trabalhar diariamente até as 19h, mas por alguma razão havia encerrado o expediente mais cedo — ele foi atacado e morto por volta das 18h20 de ontem.
Nas redes sociais, Mourão publicou ontem uma nota de pesar pela morte de Fontes e pediu “que a Justiça seja feita” após as investigações do caso.
Na noite de ontem, Ruy Ferraz Fontes estava a alguns quarteirões de distância da prefeitura quando seu carro foi alvejado por tiros de fuzil. Vídeos mostram que o delegado tentou fugir dirigindo por cerca de 600 metros, sendo perseguido pelos criminosos em outro veículo, até invadir um cruzamento em alta velocidade, colidir com um ônibus e capotar — na sequência, os atiradores descem do carro, disparam contra o policial e fogem.
Ex-titular da Delegacia Geral de Polícia de São Paulo entre 2019 e 2022, na gestão do governador João Doria,, Fontes tinha 63 anos e era secretário de Administração de Praia Grande desde o início do ano.
Policial por mais de quatro décadas, ele ganhou notoriedade como um dos primeiros delegados a investigar a fundo as atividades criminosas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo — a facção criminosa é a principal suspeita de ordenar a execução do ex-agente.
