Em depoimento ao STF, o delegado da Polícia Federal, Fabio Shor, confirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que investiga a trama golpista, teve sua rotina monitorada. Ele
A oitiva de Shor, arrolado como testemunha das defesas dos réus Filipe Martins e de Marcelo Câmara, foi marcada por muita tensão, provocações e tentativas dos advogados em encontrar “buracos” nas afirmações do delegado.
Ao ser indagado por Eduardo Kuntz, que defende Câmara, Shor disse que as investigações indicam que o ex-assessor do presidente Jair Bolsonaro atuava no núcleo de inteligência paralela e repassava deslocamentos de Moraes ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
“A gente da Polícia Federal entende que há uma divisão de tarefas e ele era incumbido de obter esses dados”, explicou Shor.
De acordo com o depoente, além do cotidiano de Moraes, deslocamentos, localização e itinerário do magistrado também eram fiscalizados. A atuação faria parte do plano Punhal Verde e Amarelo, como ficou conhecida a articulação suspeita de monitorar e até planejar o assassinato de autoridades.
“O entendimento da Polícia Federal é que o senhor Marcelo Câmara estava atuando no núcleo que a gente denominou de ‘inteligência paralela’. Esse núcleo repassava ao tenente-coronel Mauro Cid informações relacionadas a deslocamentos do ministro Alexandre Moraes. Esses dados eram repassados ao núcleo operacional, núcleo que ia efetuar a prisão ou até mesmo a execução do ministro Alexandre Moraes”, destacou Shor.