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Defesa de Rodrigo Bacellar nega obstrução de investigações

A defesa do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar (União), nega em nota que ele tenha atuado para obstruir investigações sobre facções criminosas e “refuta qualquer acusação de que vazou informações a potenciais alvos de operações”. O parlamentar foi ouvido pela Polícia Federal na tarde desta quarta-feira, 3. Bacellar foi preso preventivamente sob a acusação de que avisou um dia antes ao ex-deputado estadual TH Joias que ele seria alvo de ação da PF e, portanto, agiu ativamente para obstruir as investigações. 

Na saída da Superintendência da Polícia Federal no Rio, para onde Bacellar foi levado, seu advogado afirmou na noite desta quarta que o parlamentar “está bem, confiante que a Assembleia não vai referendar a prisão”. “A defesa ainda não teve acesso à íntegra da decisão que decretou a prisão dele, mas pelo o que nós já pudemos estudar, a prisão se apresenta totalmente desproporcional, já que o Rodrigo não praticou nenhuma conduta ativa para tentar burlar a Justiça ou o processo, nem muito menos para auxiliar em eventual perdimento de provas ou distribuição de provas”, afirmou Bruno Borragine. 

A amizade entre TH Joias e Rodrigo Bacellar.
TH Joias e Rodrigo Bacellar: presidente da Alerj é suspeito de vazar informações na prisão do ex-parlamentarReprodução/.

As investigações que embasaram a prisão de Bacellar pela PF, contudo, apontam para outra direção. De acordo com a corporação, o presidente da Alerj integrava um esquema para proteger o ex-deputado TH Joias, apontado como aliado da cúpula do Comando Vermelho.  Na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que determinou que Bacellar fosse detido, são detalhadas trocas de mensagens entre ele e TH Joias na véspera da operação policial contra o ex-deputado. 

Na conversa, TH Joias deixa claro que adquiriu e ativou um novo chip de celular com DDD da Paraíba. Ao informar o novo número a Bacelar, tratando-o pelo código “01”, o parlamentar respondeu com uma figurinha, indicando, segundo a PF, ciência prévia sobre a troca. O novo aparelho foi usado para coordenar a fuga.

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O parlamentar teria também orientado o colega a esvaziar sua casa para eliminar provas.  Entre as preocupações de TH Joias estava um freezer cheio de carnes. Ele tinha medo que os policiais roubassem o estoque de peças nobres. Bacellar respondeu: “deixa, doido”. A ordem fazia parte de um plano logístico que incluía até o uso de um caminhão baú.

Na manhã da operação (3 de setembro), às 6h03, TH Joias, foragido, enviou a Bacelar uma foto da tela do sistema de segurança de sua casa, mostrando os policiais federais no interior do imóvel. Na mesma mensagem, compartilhou o contato de sua advogada. A polícia vê nessa troca a confirmação do alinhamento entre os dois para monitorar e frustrar a ação judicial.

Nas buscas no veículo oficial do presidente da Alerj, foram encontrados R$ 90.840,00 em espécie. Além da quantia, também foram apreendidos três celulares que serão submetidos à perícia técnica criminal. Bacellar foi preso na operação batizada de “Unha e Carne”. 

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