A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao STF, nesta segunda, um documento de 24 páginas em que aponta novas mentiras do delator Mauro Cid na esteira da investigação que envolve o uso da conta de Instagram @gabrielar702.
Questionado, em depoimento, se havia usado uma conta de redes social para manter contatos clandestinos com terceiros sobre o conteúdo de sua colaboração premiada, Cid negou ao ministro Moraes ter adotado qualquer comportamento que violasse seu acordo com a Polícia Federal.
Quando VEJA revelou as mensagens trocadas por ele com o advogado Eduardo Kuntz a partir da conta no Instagram, Cid apresentou um pedido formal a Moraes para investigar as mensagens e o perfil, além de negar novamente, por escrito e em seguidos depoimentos na Polícia Federal, ter trocado mensagens ou ser o dono da conta na rede social.
Cumprindo uma ordem de Moraes, a Meta enviou ao STF os dados do perfil de Instagram. De posse desse material, a defesa de Bolsonaro elaborou um relatório em que apresenta os pontos que, em sua visão, comprovam que Cid mentiu sobre o perfil.
“O que, portanto, tem se revelado nestes autos é que as mentiras do delator não só têm se amontoado, como também são cada vez mais descaradas e, aparentemente, envolvem destruição de prova”, diz a defesa de Bolsonaro.
Os novos elementos foram apresentados pela defesa na véspera do depoimento dos advogados Eduardo Kuntz e Paulo Cunha Bueno e do ex-chefe da Secom Fábio Wajngarten no inquérito que investiga a suposta tentativa de obstrução de justiça envolvendo relatos apresentados por Cid e seus familiares.
Veja os pontos listados pela defesa:
O E-MAIL
O e-mail utilizado para criar o perfil no Instagram maurocid@gmail.com foi “respondindo” quando acionado para criar a conta na rede social.
O CELULAR
Dados do Google sobre o e-mail, enviado ao STF a mando de Moraes, mostram que o e-mail de Cid foi criado em 2005 e está associado ao mesmo número de celular utilizado pelo delator e já apreendido pela Polícia Federal, como mostram dados da investigação no Supremo.
O IP
Dados do IP registrado para a criação da conta @gabrielar702 fornecido pela Meta mostram a localização aproximada da vila militar onde mora o delator, em Brasília.