As Forças Armadas de Israel mantiveram neste sábado suas operações na Faixa de Gaza, contrariando os pedidos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de familiares de reféns israelenses por uma interrupção imediata dos combates. Em comunicado, o Exército israelense alertou os moradores a não retornarem ao norte do território, onde os bombardeios permanecem intensos, informou a AFP.
A ofensiva prossegue mesmo após o Hamas anunciar disposição para libertar todos os reféns — vivos ou mortos — e iniciar negociações com base em uma proposta de paz apresentada por Trump. O plano, segundo o presidente americano, prevê cessar-fogo imediato, libertação dos sequestrados em até 72 horas, retirada gradual das forças israelenses e o desarmamento do grupo islâmico. A proposta inclui ainda a criação de uma autoridade de transição para administrar Gaza, sob supervisão internacional e com Trump à frente do processo.
Em declarações à imprensa na sexta-feira, o líder americano disse acreditar que o Hamas está “pronto para uma paz duradoura” e apelou a Israel para “interromper imediatamente o bombardeio de Gaza, para que possamos retirar os reféns com segurança e rapidez”. Apesar disso, a Defesa Civil de Gaza, vinculada ao Hamas, afirmou que o Exército israelense realizou dezenas de ataques durante a madrugada, especialmente na Cidade de Gaza.
O porta-voz do órgão, Mahmud Bassal, relatou à AFP que “foi uma noite muito violenta, durante a qual o Exército israelense realizou dezenas de ataques aéreos e disparos de artilharia contra a Cidade de Gaza e outras áreas” do enclave. Segundo ele, pelo menos 20 casas foram destruídas. Hospitais da região confirmaram novas vítimas: quatro mortos em Tuffah, na Cidade de Gaza, e duas crianças mortas em Khan Younis, no sul do território.
Em nota, o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos declarou que a interrupção dos ataques é “essencial para preservar a vida dos sequestrados” e instou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a iniciar “negociações rápidas e eficientes para trazer todos de volta”. O Exército israelense, por sua vez, reafirmou que suas tropas permanecem na Cidade de Gaza e classificou como “extremamente perigoso” o retorno de civis à região.