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Declaração do Brics pega leve com os EUA no conflito do Irã e poupa Rússia sobre guerra na Ucrânia

Neste domingo 6, a cúpula de líderes do Brics divulgou uma declaração final que, embora condene os ataques recentes ao Irã, evita responsabilizar diretamente os Estados Unidos e Israel, principais autores das ofensivas contra o país persa. O texto opta por uma linguagem diplomática mais amena, suavizando a participação americana em conflitos recentes e evitando críticas à Rússia em relação à guerra na Ucrânia.

Na cláusula 21, a declaração “condena os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025”, classificando-os como violações do direito internacional e da Carta das Nações Unidas. “Expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”. No entanto, os nomes de Israel e EUA não aparecem diretamente no texto – a crítica se limita a uma condenação genérica de ações contra a infraestrutura civil e instalações nucleares iranianas.

O texto visa preservar a imagem do Brics para que fosse rotulado como anti-Ocidente ou contrário a Donald Trump, presidente dos EUA. Países como Índia, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e até o Brasil trabalharam para suavizar o tom exigido pelo Irã, que pressionava por uma responsabilização direta de Washington e Tel Aviv nos conflitos contra o país.

Sobre a guerra da Ucrânia, o documento final sequer a menciona ou faz algum tipo de censura à Rússia, silêncio que evidencia a cautela do grupo em confrontar Moscou, membro influente do Brics. A ausência de referências ao conflito reforça o equilíbrio buscado pelos líderes do bloco, que preferiram evitar tensões ao adotar uma abordagem mais genérica em sua declaração oficial.

As negociações, marcadas por divergências internas, deixaram claro os desafios trazidos pela expansão do Brics com a entrada de novos membros do Oriente Médio, cujas visões políticas sobre temas delicados, como Israel e Palestina, são bastante distintas. O texto final, contudo, reafirma o apoio do bloco à adesão plena da Palestina à ONU e à criação de dois Estados como saída para o conflito.

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Embora mencione os termos “Israel” ou “israelense”, o comunicado oficial deixa de lado qualquer evidente responsabilização dos EUA e evita completamente o tema da guerra na Ucrânia, em clara tentativa de projetar uma imagem menos polarizada no cenário internacional classificado como “adverso” pelo presidente Lula, em discurso, mais cedo.

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