Uma onda de investimentos no tênis acompanha a ascensão de brasileiros no profissional, e cria oportunidades para a prática amadora. João Fonseca lidera a nova geração de tenistas e atrai a atenção de Ronaldo Fenômeno para o esporte da bolinha amarela. A tendência também chega com o novo clube de tênis da Fasano e o retorno de um torneio de WTA em São Paulo.
O ex-jogador da seleção brasileira participou de um evento em São Paulo, no último dia 24, onde afirmou: “O tênis está muito em alta. Eu jogo tênis há bastante tempo, sou apaixonado por tênis e padel. Não tem aquela pressão de torcedor invadindo o CT, não tem a loucura que o futebol tem. Vou investir muito nos próximos três anos nessas duas modalidades.”
Depois de pendurar as chuteiras em 2011, Ronaldo migrou para os bastidores do futebol. Foi dono da SAF do Cruzeiro, clube que o revelou, mas não teve o mesmo sucesso fora de campo. Na Espanha, foi acionista majoritário do Real Valladolid, em que também deixou a desejar, e saiu pela porta de trás com os torcedores e o clube rebaixado para a segunda divisão.
“Sou muito agradecido pela minha oportunidade e pela experiência que tive como dirigente e proprietário de clubes. Foi muito bacana no Valladolid e no Cruzeiro […] Sou muito grato ao futebol e eternamente apaixonado, mas esse compromisso e com o meu dinheiro eu não vou fazer mais”, disse R9 no evento. O vencedor de duas Bolas de Ouro também tentou se candidatar à presidência da CBF, porém, não obteve apoio de dirigentes das federações.
Agora com foco nos esportes de raquete, Fenômeno pretende construir 100 quadras de tênis e 100 de padel no próximo ano. Ronaldo já dividiu quadra, inclusive, com uma promessa do tênis feminino: Victória Barros. O ex-atleta afirmou que a potiguar de 15 anos treinada pelo ex-técnico de Serena Williams “vai ser a número 1 do mundo no tênis”.
No circuito masculino, ele abre espaço para outro fenômeno em ascensão: “Vamos aproveitar o hype do João Fonseca, ele tem dado uma esperança para o povo brasileiro no tênis.” Ele enfatiza também a democratização da modalidade: “A gente cresceu vendo o Guga ganhando tudo e é um esporte que sempre foi elitizado. Então, queremos popularizar, levar para as comunidades e deixar um esporte mais democrático.”
Mundo à parte
A JHSF lançou nesta semana o Fasano Tennis Club, para membros dispostos a desembolsar entre R$750 mil a R$1 milhão pelo título da associação. Com 10 quadras, 6 delas cobertas e climatizadas, o espaço de 25 mil metros quadrados será voltado para poucos associados de alto poder aquisitivo.

A entrada da empresa imobiliária de alta renda no mundo do tênis segue a tendência de crescimento da popularidade da modalidade, assim como o padel, squash e pickleball e até o golfe terá espaço no clube em bairro nobre de São Paulo.
Jogar em casa
Outro sinal do interesse no tênis foi o SP Open, primeiro torneio da categoria WTA 250 em São Paulo após 25 anos, com as maiores tenistas brasileiras da atualidade.
A líder do ranking nacional, Beatriz Haddad Maia marcou presença nas quadras montadas no Parque Villa-Lobos, e apesar de não sair com o título, carrega méritos pelo aumento da audiência do esporte nos últimos anos. A paulistana foi semifinalista de Roland Garros em 2022 e entrou no top 10 do simples e das duplas em 2023.
As duplistas nacionais saíram bem jogando em casa, com Luisa Stefani, jogando ao lado da húngara Timea Babos ficando o troféu e as brasileiras Laura Pigossi e Ingrid Martins com o vice-campeonato.
Com 28 patrocinadores, o evento abriu espaço para tenistas da próxima geração brilharem, como Nahuany Silva, que conquistou sua primeira vitória de WTA aos 15 anos, além da exposição das marcas. Além do público que viu de perto as atletas, o torneio deixa de legado as quadras reformadas no parque na capital paulista.