Pela primeira vez em 37 anos, a Vogue americana tem uma nova editora: Chloe Malle. A escolha foi feita diretamente por Anna Wintour, que segue como diretora de conteúdo da Condé Nast e supervisora de todas as edições internacionais da revista.
Ex-editora do site e coapresentadora do podcast da publicação, Chloe assume o cargo de “chefe de conteúdo editorial”, refletindo o novo momento da mídia. Além de comandar o conteúdo, ela terá funções típicas dos editores atuais: criação de novas fontes de receita, realização de eventos e expansão da marca em projetos paralelos.
“A verdade é que ninguém vai substituir Anna”, disse Chloe ao The New York Times. Ainda assim, deixou claro que pretende imprimir sua própria marca: “Deixar isso meu será a parte mais importante para que dê certo”.
Entre suas propostas, está transformar a edição impressa em um produto colecionável, publicado com menos frequência e em papel de alta qualidade, inspirado em revistas como The World of Interiors. No digital, ela aposta em menos volume e mais originalidade, priorizando nichos em vez de matérias virais.
Conhecida por perfis e pela expansão da cobertura de casamentos na Vogue, Chloe também já causou polêmica: sua capa com Lauren Sánchez Bezos rendeu até ameaças de morte. Ainda assim, ela defende o risco: “Uma capa da Vogue carrega um elemento de endosso que vale a pena”. Questionada, no entanto, se colocaria Melania Trump na capa, ela se recusou a responder.
Filha do cineasta Louis Malle e da atriz Candice Bergen, Chloe se define como uma “orgulhosa nepo baby”, mas garante que o privilégio sempre a fez trabalhar mais. Seu estilo, descontraído e avesso ao esnobismo, contrasta com a imagem cristalizada de editoras de moda em “O Diabo Veste Prada”. Como definiu Anna em mensagem à equipe: Chloe é “uma jornalista voraz e engajada, com olhar para a imagem definitiva”. Para ser escolhida a dedo pela própria Wintour, não poderia ser diferente.