O Grupo L’Oréal anunciou nesta quarta-feira, 20, a segunda edição do seu programa de capacitação em tecnologia, o Beleza Inclusiva e Tecnológica (BIT). Neste ano, a empresa vai capacitar mais de 400 jovens em habilidades digitais e socioemocionais. Criado em 2024, o programa foi expandido internacionalmente e passa a incluir a Colômbia em 2025, além de São Paulo e Rio de Janeiro. As inscrições estão abertas até o dia 5 de setembro e podem ser feitas pelo site da formação.
O objetivo da L’Oréal, segundo William Potenti, CIO da empresa no Brasil, é capacitar e conectar jovens às oportunidades na área de tecnologia, aumentando a diversidade e inclusão no setor. “Mesmo com o desemprego do Brasil caindo, a gente vê um déficit de posições importante. Segundo uma pesquisa de 2023, esse déficit chega a quase meio milhão de profissionais até o final deste ano. Nós temos o nosso objetivo também de usar a tecnologia como uma alavanca para a inclusão social”, dizPotenti.
Formação além das hard skills
Na primeira edição, 150 jovens foram formados em programação, segurança digital e conceitos básicos de inteligência artificial, mas também em competências interpessoais e oito foram contratados pela empresa. “Para muitos desses jovens, até 30 anos, pode ser até o primeiro trabalho. Então, eles precisam entender como é a dinâmica corporativa, o que não é legal fazer. A gente fala de tudo: como se comportar em uma entrevista, como criar sua página no LinkedIn, como se preparar para as primeiras interações, formalização, envio de e-mail”, diz Potenti.
A experiência no ano passado gerou aprendizados e levou a empresa a incluir novos módulos em 2025. “Ano passado, por exemplo, para os oito jovens que nós contratamos agora, quatro deles receberam um treinamento adicional de programação em ferramenta da Microsoft. E outro grupo passou por capacitação em dados e análise. Com esses dois treinamentos, eles tiveram um nível de absorção no mercado muito maior. Esse aprendizado foi incorporado no novo formato”, explica.
Para o CIO, a capacitação só faz sentido quando gera empregabilidade. “A gente sabe que a capacitação é uma ferramenta para acelerar essa agenda, mas o que vai mudar a realidade é o trabalho. Quando um indivíduo está em uma situação de não privilégio, geralmente ele não tem acesso a uma boa educação e não vai ter acesso a um trabalho digno. Para quebrar esse ciclo, a gente faz o inverso: proporciona trabalho, esse jovem consegue investir em educação e muda a situação dele de não privilégio daí em diante. Ele vira referência onde está e isso transforma a vida dele e das próximas gerações.”
Diversidade e impacto
O programa, voltado para jovens de até 30 anos e renda familiar de até três salários mínimos, atraiu um perfil diverso. “Ano passado tivemos 40% de mulheres e 52% de negros no programa. Isso nos surpreendeu pela atratividade, especialmente em tecnologia, onde a presença feminina ainda é pequena”, diz Potenti.
A iniciativa também ganhou repercussão e visibilidade dentro da própria companhia. “Esse programa teve um impacto interno muito grande. O CIO global ficou ciente, o líder de Recursos Humanos de Tecnologia global também está olhando de perto”, diz. O objetivo é expandir para mais países dentro da região Américas. “Essa é uma iniciativa que tem potencial de escalar”, afirma.
O anúncio da segunda edição foi feito durante a Feira de Oportunidades, nesta quarta-feira, 20, evento realizado no entorno do escritório da L’Oréal no Rio de Janeiro, com objetivo de recrutar para oportunidades profissionais na multinacional e em empresas parceiras. As inscrições do Beleza Inclusiva e Tecnológica também foram oferecidas na feira. “Este ano queremos oferecemos mais de mil oportunidades de emprego e mais de 5 mil vagas em capacitação através da própria L’Oréal e de parceiros”, diz Potenti.
O executivo explica que que a iniciativa é parte de uma agenda de ESG. “A gente acredita que empresas como a L’Oréal têm responsabilidade de ter uma voz ativa. O BIT é um exemplo disso: quando conectamos o mundo da educação com o mundo corporativo, criamos opções reais de oportunidade. Isso tem uma força muito grande para acelerar a inclusão, porque soluções estruturantes de longo prazo são importantes, mas são muito longe para quem precisa de oportunidade hoje.”
