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Crise sanitária no agro: 245 cavalos mortos levam governo a suspender rações da Nutratta

A morte de 245 cavalos em quatro estados, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas,  levou o Ministério da Agricultura a determinar a suspensão da produção e venda de todas as rações fabricadas pela Nutratta Nutrição Animal Ltda, após detectar uma grave falha sanitária na produção da empresa. A contaminação foi provocada pela presença de monocrotalina, uma toxina considerada proibida na alimentação animal.

De acordo com o Ministério, as mortes começaram a ser notificadas em maio e, desde então, todas as propriedades investigadas apresentaram o mesmo padrão: apenas os cavalos que consumiram as rações da Nutratta adoeceram ou morreram. Entre elas, a de um dos garanhões mais premiados do Brasil  Mangalarga Marchador, Quantum Alcateia, de 7 anos e pelagem alazã, do Haras Nova Alcateia, de Alagoas. O cavalo estava avaliado em R$ 12 milhões. 

Em nota, o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, afirmou se tratar de um episódio inédito: “Nunca, em toda a história do Ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece.”

A investigação do Mapa revelou que a contaminação ocorreu por falha no controle da matéria-prima, que continha resíduos de plantas do gênero crotalaria, responsáveis pela produção da substância tóxica. Mesmo em doses pequenas, a monocrotalina pode causar graves danos hepáticos e neurológicos aos animais.

Processo administrativo

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Diante da gravidade do caso, o Ministério instaurou processo administrativo, aplicou multa à empresa e suspendeu cautelarmente a produção e venda das rações. A medida, inicialmente restrita aos produtos destinados a equídeos, foi estendida para todas as espécies. Apesar da interdição, a Nutratta obteve na Justiça autorização para retomar parte da produção, decisão contra a qual o Ministério já recorreu, apresentando novos laudos técnicos.

A pasta segue monitorando a situação e reforçando as fiscalizações para evitar novos casos. “Precisamos garantir que todo o lote contaminado seja recolhido e que nenhum novo caso aconteça”, disse Goulart. O governo também alertou o setor sobre a necessidade de reforçar os controles internos de qualidade, lembrando que o cumprimento das normas sanitárias é obrigatório. A reportagem de VEJA ainda não conseguiu contato com a empresa.

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