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Crédito desacelera e bancos ainda veem risco fiscal como principal ameaça, diz BC

O crédito no país perdeu força no primeiro semestre de 2025, acompanhando o ritmo mais fraco da economia e as condições financeiras mais duras. É o que mostra o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) divulgado nesta quarta-feira, 12, pelo Banco Central.

Segundo o BC, a desaceleração atingiu quase todas as modalidades de crédito — tanto para famílias quanto para empresas. O mercado de capitais também cresceu menos, embora siga com papel importante no financiamento das companhias.

As instituições financeiras estão mais cautelosas e reduziram o apetite ao risco. O crédito pessoal não consignado, porém, ainda cresce rápido e concentra muitas operações sem garantia. A pesquisa de condições de crédito feita pelo BC indica que a oferta continuará restrita nos próximos meses, principalmente para habitação, empresas e consumo.

Mesmo com o crédito mais fraco, o Banco Central afirma que não há risco relevante para a estabilidade financeira. O sistema bancário segue sólido, com boa liquidez, capitalização e provisões adequadas.

Risco fiscal

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O relatório mostra, porém, que os próprios bancos estão preocupados com o risco fiscal, apontado como a principal ameaça à estabilidade. As instituições citam o aumento da dívida pública e os efeitos da política fiscal sobre os juros, o câmbio e o risco de inadimplência. A preocupação segue alta, mas diminuiu: 38% dos bancos consultados pelo BC citaram o risco fiscal como o principal em agosto, ante 52% em fevereiro.

“Destaca-se a preocupação com a sustentabilidade das contas públicas e o impacto na curva de juros, na taxa de câmbio e na condução da política monetária, e, consequentemente, na inadimplência de famílias e empresas. Nesse cenário, a elevação dos custos de captação e o aumento do risco de mercado afetariam negativamente o balanço das  instituições finnceiras”, diz o texto do relatório.

Cresceram as preocupações com o cenário internacional, em meio à política econômica dos Estados Unidos, especialmente as tarifas sobre produtos brasileiros, e aos conflitos geopolíticos, que podem influenciar o preço das commodities e a inflação global.

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Outro ponto de atenção é o risco de inadimplência, ligado ao crescimento fraco, aos juros altos e ao endividamento das famílias e empresas. O BC alerta que um cenário mais difícil pode elevar as provisões dos bancos, restringir o crédito e reduzir a liquidez.

As instituições também mencionaram a alta nos riscos cibernéticos e operacionais, consequência da digitalização crescente do sistema financeiro.

Perspectiva

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Apesar das incertezas, o setor segue lucrativo. A rentabilidade aumentou com o bom resultado das operações de crédito e ganhos cambiais, mas o BC avalia que os ganhos devem ser menores daqui para frente, por causa da economia mais fraca e do risco de inadimplência.

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