A CPMI do INSS vai ouvir nesta segunda-feira, a partir das 16h, o ex-coordenador-geral de Pagamento de Benefícios do INSS e ex-chefe da Divisão de Consignação Jucimar Fonseca da Silva e o empresário Rodrigo Moares, sócio da Arpar Administração, Participação e Empreendimento.
Quando ocupava o cargo na cúpula do INSS, Fonseca foi um dos responsáveis por promover o desbloqueio em lote dos descontos associativos em benefícios de segurados, contrariando, segundo integrantes da comissão que pedem sua convocação, parecer da procuradoria especializada da autarquia.
A reativação dos convênios favoreceu entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) e pela CPMI. O ex-dirigente do INSS havia sido chamado a depor na semana passada, mas apresentou atestado médico e, embora a Junta Médica do Senado tenha concluído pela possibilidade de seu comparecimento, faltou à oitiva.
A ausência de Fonseca revoltou a cúpula da CPI mista. O relator da investigação parlamentar, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), disse em reunião do colegiado na semana passada que ali não era a “casa da mãe Joana, para o cidadão escolher o dia” que vai depor. A irritação dá uma prévia do clima que espera Fonseca nesta segunda.
A Arpar, por sua vez, recebeu ao menos 49 milhões de reais do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e a Polícia Federal suspeita que a empresa lavava dinheiro desviado de aposentados e pensionistas e viabilizava o pagamento de propina a servidores públicos, segundo o relator da CPMI.