No meio do esquema de descontos ilegais de aposentados, com dinheiro passando por sindicatos, entidades associativas e um emaranhado de empresas, a CPMI do INSS encontrou até repasses de um investigado para a filial brasileira de uma religião fundada no Japão.
Abastecida com dinheiro do grupo de Maurício Camisotti (preso pela PF em setembro), uma empresa de José Hermicesar Brilhante Palmeira, ex-presidente da Ambec, transferiu 71.000 reais para a Igreja Messiânica Mundial do Brasil nos primeiros seis meses de 2025.
A informação está em relatório de inteligência financeira que o Coaf entregou à comissão parlamentar de inquérito. O documento não aponta nenhuma ilegalidade nos depósitos da Business Conecta para a instituição religiosa.
No entanto, de acordo com o Coaf, os repasses foram declarados como “pagamentos de fornecedores”. Ao que se sabe, Palmeira foi, durante muito tempo, missionário da Igreja Messiânica Mundial do Brasil.
A Polícia Federal o aponta como braço-direito de Camisotti na interface do conglomerado empresarial com o esquema de descontos ilegais no INSS e elenca a Ambec como uma das entidades que mais teria lucrado com os desvios.
Ao fim de 2023, conforme Camisotti declarou à Receita Federal, Palmeira devia a ele 25,6 milhões de reais – isso na pessoa física.