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CPI vai analisar quebra de sigilo de homem de confiança de Davi Alcolumbre

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Paulo Augusto de Araújo Boudens, homem de confiança do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A medida abrange todas as contas de depósito, poupança, contas de investimentos e outros valores mantidos em instituições financeiras.

A quebra do sigilo fiscal deverá ser acompanhada de dossiê integrado com declarações de Imposto de Renda, eventuais ações fiscais contra Boudens, além de todos os rendimentos recebidos como pessoa física e jurídica.

A justificativa do pedido de quebra de sigilo do auxiliar de Alcolumbre foi feita com base em reportagem de VEJA, mostrando que Boudens recebeu 3 milhões de reais da empresa Arpar Administração, Participação e Empreendimentos, entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024.

No mesmo período em que transferiu dinheiro para Boudens, que foi chefe de gabinete de Alcolumbre, a Arpar recebeu 49 milhões do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o ‘Careca do INSS’, suspeito de ser operador do esquema criminoso contra aposentados e pensionistas. Diversos parlamentares se mostraram surpresos com os pagamentos da Arpar para Paulo Boudens.

O pedido de quebra de sigilo representa mais um cerco da CPI ao antigo assessor do senador. Ontem, o deputado Zé Trovão (PL-SC) já tinha apresentado requerimento para convocar o homem de confiança de Alcolumbre. A CPI deve votar os requerimentos nos próximos dias.

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Jordy chama a atenção para movimentações financeiras incompatíveis

No requerimento, Carlos Jordy diz que diversos agentes econômicos identificados pela Polícia Federal no esquema do INSS ostentavam padrão incompatível com suas capacidades financeiras. “Diante desse cenário, impõe-se a adoção da medida excepcional de quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Paulo Augusto de Araújo Boudens, a fim de possibilitar à CPMI mapear com precisão o fluxo dos valores repassados pela Arpar sem justa causa”, diz o requerimento.

Propõe-se, portanto, que o marco temporal da quebra de sigilo acompanhe os parâmetros já definidos para o pedido referente a Antônio Carlos Camilo Antunes.

O pedido de quebra de sigilo cita o depoimento de Milton Salvador de Almeida Júnior, ex-administrador financeiro das empresas do Careca do INSS, que confirmou ter realizado transferências de 50 milhões de reais para a Arpar.

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O pedido de quebra de sigilo compreende um período que vai de três meses antes das primeiras notícias sobre operações atípicas, maio de 2023, até três meses após a deflagração da Operação sem Desconto, junho de 2025.

O envolvimento de Paulo Boudens com uma empresa investigada no esquema foi abordado ontem durante sessão da CPI do INSS. O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) mostrou a reportagem de VEJA para Milton Salvador, que negou conhecer as operações envolvendo Paulo Boudens.

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