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Coreia do Sul apura violações de direitos em megaoperação migratória dos EUA

O governo da Coreia do Sul anunciou que investiga possíveis violações de direitos humanos cometidas durante a maior operação migratória realizada nos Estados Unidos desde o início da ofensiva do presidente Donald Trump contra trabalhadores estrangeiros.

No dia 4 de setembro, cerca de 475 pessoas, em sua maioria cidadãos sul-coreanos, foram detidas por agentes do Serviço de Imigração (ICE) em um canteiro de obras de uma fábrica de baterias para veículos elétricos no estado da Geórgia.

Imagens de trabalhadores algemados e acorrentados circularam na imprensa internacional e causaram indignação em Seul, que classificou o episódio como “chocante”.

Após negociações diplomáticas delicadas, os trabalhadores foram libertados e enviados de volta à Coreia do Sul.

Alguns deles relataram à imprensa local que não foram informados de seus direitos durante a prisão e denunciaram comentários depreciativos feitos por agentes americanos, que teriam ironizado o grupo com referências à Coreia do Norte e ao apelido “rocket man”, usado por Trump contra o líder Kim Jong-un.

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A presidência sul-coreana afirmou que realiza uma “análise minuciosa” das circunstâncias da operação.

“Estamos verificando, junto com os Estados Unidos e a empresa responsável, se houve falhas nos procedimentos e eventuais violações de direitos”, disse a porta-voz Kang Yu-jung.

O presidente Lee Jae Myung considerou a ação “desconcertante” e advertiu que o episódio pode afastar investimentos.

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“As empresas sul-coreanas não têm como deixar de se perguntar se vale a pena instalar fábricas nos EUA diante de riscos como esse”, declarou.

Em resposta indireta, Trump escreveu em sua rede Truth Social que trabalhadores estrangeiros são “bem-vindos” e que não deseja “assustar ou desestimular investidores”.

Endurecimento da política anti-imigração nos EUA

A operação de detenção em massa em Geórgia é reflexo do recrudescimento da política anti-imigração desencadeado pelo governo de Donald Trump.

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Desde o início de seu mandato, a administração tem ampliado o alcance da Immigration and Customs Enforcement (ICE), adotando medidas rigorosas para fiscalizar trabalhadores estrangeiros, muitas vezes sem distinção entre imigrantes legais e indocumentados.

Especialistas e organizações de direitos humanos criticam a utilização de táticas que beiram a intimidação: detenções em massa em locais de trabalho, agentes fortemente armados cercando edifícios, algemas e correntes aplicadas a trabalhadores, e restrições ao acesso a informações sobre direitos legais durante a prisão.

Essas práticas, embora autorizadas legalmente em certas situações, são vistas como controversas e potencialmente violadoras de normas internacionais de direitos humanos.

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Além disso, o governo tem incentivado empresas e autoridades locais a colaborar de forma proativa com a ICE, o que gera um ambiente de medo entre trabalhadores estrangeiros e pode desestimular investimentos de companhias estrangeiras no país.

Críticos argumentam que tais operações podem prejudicar a imagem dos Estados Unidos como destino confiável para negócios e inovação, e pressionam por uma revisão das táticas utilizadas para garantir que não haja abuso de poder nem perseguição indiscriminada a trabalhadores estrangeiros.

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