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Copom baseia decisão em cenário de inflação e dólar mais otimista que o do mercado

A decisão unânime tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), nesta quarta-feira 17, de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano foi tomada com base em premissas mais otimistas que as da média do mercado para o dólar e para a inflação. No cenário de referência do BC, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o ano que vem é de 3,6%, bem mais próximo do centro da meta de 3% do que a esperada pelos analistas de mercado. Essa distância pode ser medida pelo relatório Focus, que capta semanalmente as estimativas do mercado financeiro.

No Focus desta semana, o IPCA projetado para 2026 é de 4,3%, bem próximo do teto da meta de 4,5% estabelecido para a inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A diretoria do BC também traça um cenário mais benigno para os preços administrados – aqueles, cujo reajuste depende de cálculos e autorizações do poder público, como as tarifas de energia elétrica, de água e dos transportes metropolitanos. Para o Copom, esses preços subirão 3,8% no ano que vem. Já o Focus mostra maior pessimismo dos financistas, que estimam uma alta de 4%. Para sustentar um quadro mais favorável dos preços administrados, o colegiado aposta que a conta de luz virá com a bandeira verde, que garante tarifas menores, nos meses de dezembro deste ano e do ano que vem.

As perspectivas para o dólar também divergem. Enquanto o cenário de referência do BC incorpora uma taxa de câmbio de 5,40 reais, o Focus indica que os analistas de mercado trabalham com 5,60 reais. Neste caso, contudo, o mundo parece tender para o BC. A expectativa de que o Federal Reserve iniciasse o ciclo de corte da taxa básica de juros dos Estados Unidos incentivou, nas últimas semanas, a entrada de recursos estrangeiros. Com isso, a taxa de câmbio já se mantém abaixo das projeções do BC e do mercado.

Ao confirmar as expectativas e cortar os juros em 0,25 ponto percentual na tarde desta quarta-feira 17, o Fed tende a estimular a migração de ainda mais recursos para fora dos Estados Unidos, beneficiando o câmbio e por, tabela, a inflação no Brasil. Hoje, o dólar fechou cotado a 5,30 reais para venda.

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