O governo federal divulgou nesta sexta-feira, 22, que apenas 47 dos 196 países previstos confirmaram presença na COP30. Marcada para novembro deste ano, a conferência climática é alvo de pressão internacional em razão do alto preço da hospedagem na capital paraense Belém, que sedia o evento. A informação foi divulgada pela secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e pelo secretário-extraordinário Valter Correia. O percentual de delegados com estadia garantida corresponde a um quarto do total.
A informação foi divulgada após reunião, nesta manhã, da organização do evento com representantes das delegações e com membros da Organização das Nações Unidas. Em comunicado publicado também nesta sexta, o governo federal garante que “todas as condições logísticas, de infraestrutura e de segurança estão asseguradas” para a realização da conferência. A nota afirma ainda que “Belém possui capacidade de hospedagem para a realização da COP30, com uma oferta total de 53 mil leitos, número superior à estimativa de 50 mil participantes do evento”.
Ainda assim, como mostrou VEJA, as incertezas que pairam hoje sobre a conferência giram em torno dos exorbitantes preços praticados pelo setor hoteleiro, que têm feito muitos dos 196 países participantes refletirem sobre quantos representantes mandar ao Pará, e se vão mesmo enviá-los diante das abusivas cifras. No último mês, foi divulgada uma carta em que nações pediam a retirada da COP30 de Belém, em razão desse problema.
Em meio ao impasse, a ONU chegou a sugerir ao Brasil que auxiliasse países mais pobres com subsídios, para garantir sua participação na conferência, o que, até o momento, não avançou. O governo federal considera angariar apoio para viabilizar essa ajuda sem o uso de recursos públicos. Ao mesmo tempo, de acordo com a Casa Civil e com a Secretaria Extraordinária para a COP30, há a expectativa de que a ONU aumente a contribuição no custeio dessas nações.
Até o momento, dos 47 países confirmados, 39 garantiram hospedagem pela plataforma oficial fornecida pelo governo federal, embora essa lista não tenha sido divulgada. Outras oito nações — Egito, Espanha, Portugal, República Democrática do Congo, Singapura, Arábia Saudita, Japão e Noruega — fecharam acordos diretamente com hotéis. Vale lembrar que mesmo nos casos em que chefes de Estado não podem comparecer à conferência, costumam ser enviados ao menos negociadores.