Uma das 42 ilhas da região insular de Belém, a pequena Combu conquistou projeção internacional, quando o presidente francês Emmanuel Macron visitou a região e conheceu suas fábricas de chocolates orgânicos, em 2024, junto com uma comitiva chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, o grupo estava em Belém para ver os preparativos e a infraestrutura da cidade para sediar a COP30, maior evento do clima da ONU, que acontece em novembro. E para mostrar o potencial e a regionalidade paraense, foi levado a Combu. Nacionalmente, a ilha já havia conquistado um lugar no coração de chefs de primeira como Alex Atala, Rodrigo Oliveira e Roberta Sudbrack, pela qualidade do produto e pela sustentabilidade do processo agroflorestal do cacau.
Macron saiu de lá com uma cesta cheia de iguarias, todas de dar água na boca, como brigadeiros da floresta, doce de cupuaçu, nibs de cacau orgânico e chocolates finos. Tudo feito sem conservante à base de cacau e açúcar. O presente foi uma pequena mostra do potencial da ilha, que vem crescendo economicamente como um polo artesanal de cacau orgânico, produzido com técnicas agroflorestais. No início dos anos 2000, a região abrigava apenas três fábricas de chocolates. Vinte anos depois, o número passou para 32 e agora para 70 empreendimentos.
A COP30 deve aumentar a visibilidade da ilha. Localizada 1,5 quilômetros da capital, Combu é um excelente ponto para conhecer um pouco da vida amazônica, considerada patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará, em 2024. Além disso, fica em uma área de proteção ambiental, rica em diversidade e ainda intocada. De olho neste potencial, o Sebrae reabriu na última quarta-feira, 30, uma nova agência para o desenvolvimento sustentável da bioeconomia local. “Certamente a agência contribuirá para o desenvolvimento local de forma sustentável e tornará Combu uma referência para o mundo”, afirma Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará. A notícia foi bem recebida pela população. “A iniciativa vai ajudar a gente a seguir um modelo de negócio ainda mais sustável”, disse à Veja Izete Costa. Mais conhecida como Dona Nena, ela criou uma das marcas mais famosas da região, Filha do Combu, a mesma que recebeu Macron, no ano passado.
Leia:
+https://veja.abril.com.br/coluna/radar/reta-final-de-obras-da-cop-30-geram-2-200-empregos-em-belem/
+https://veja.abril.com.br/agenda-verde/cop30-pode-impulsionar-agricultura-familiar-do-para-com-compras-sustentaveis/
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