counter COP 30 recebe plano financeiro para impedir ponto de inflexão da Amazônia – Forsething

COP 30 recebe plano financeiro para impedir ponto de inflexão da Amazônia

Evitar o colapso da Amazônia é fundamental para o mundo ter uma chance real de enfrentar com sucesso a crise climática. Cientistas alertam que a perda de apenas 5% a mais desta biodiversidade pode desencadear um ponto de inflexão irreversível, convertendo vastas áreas em savana degradada. A Amazônia é uma das três florestas tropicais que constituem a base ecológica da estabilidade climática da Terra. As outras duas estão na Bacia do Congo e no Sudoeste da Ásia. Embora cubram apenas cerca de 7% da superfície terrestre, essas florestas tropicais abrigam quase dois terços de todas as espécies terrestres e contêm aproximadamente 68% do estoque global de carbono em sua biomassa. Elas desempenham um papel incomparável no sequestro de carbono, na estabilização dos padrões de precipitação e no suporte à adaptação ecossistêmica é incomparável.

A situação é preocupante, tanto que relevantes agências climáticas enviaram uma carta à organização da COP 30 para alertar sobre a necessidade da elaboração de uma declaração global de ação para a Amazônia, com o objetivo de aumentar os fluxos financeiros e evitar o ponto de inflexão. Ao todo seria necessária a quantia de 1,3 trilhão de dólares, que incluem ações de reorganização dos fluxos de incentivos financeiros, atualmente destinados à região amazônica, alguns deles considerados pelas entidades perversos e que incentivam a destruição da biodiversidade. Isso levaria a estabelecer novas normas, como exigir a rastreabilidade entre as principais cadeias de suprimentos desenvolvidas perto de áreas de alto desmatamento.

A carta ainda aponta o combate a atividades econômicas ilegais,  especulação imobiliária e comercialização irregular de terras indígenas. Essa é apenas uma parte das ações previstas no orçamento necessário calculado pelas organizações ambientais para tentar salvar a Amazônia do colapso.

A carta é um documento intitulado Ampliando o Grande Financiamento para Soluções Baseadas na Natureza para Proteger a Amazônia: Um Roteiro de Ação. Os signatários pedem à Presidência da COP30 que lidere a mobilização global de recursos públicos, privados e filantrópicos para garantir a proteção da região antes que seja tarde demais. “A questão central que motivou essa ação é a falta de financiamento para a Amazônia”, disse à Veja Gustavo Souza, diretor de políticas públicas e incentivos da Conservação Internacional (CI), uma das entidades signatárias da carta. A inspiração para o cálculo do montante veio de uma análise do Banco Mundial, que calculou serem necessários cerca de 7 bilhões de dólares ao ano em recursos para manter a floresta em pé. Especialistas brasileiros compararam o valor com a média histórica de recursos, que vêm da filantropia multilateral, que é cerca de 500 a 600 milhões de dólares ao ano. “Constatamos que não chegam nem a 10% do que seria necessário para controlar o desmatamento e financiar as áreas de conservação. Na Amazônia, precisaríamos de pelo menos 10 vezes mais recursos financeiros para evitar o colapso.”

Há mecanismo financeiros inovadores de sucesso que recompensam países que preservam suas florestas. Um deles é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que opera em um modelo de financiamento misto, que combina recurso público e privado. A projeção de captação é de 5 bilhões de dólares, dos quais 2 bilhões deverão, segundo Souza, serem liberados para a Amazônia. Além de oferecer o roteiro de planos, as associações ainda se colocam à disposição dos organizadores para dar mais subsídios e apoio.

Continua após a publicidade

Leia: 

+https://veja.abril.com.br/agenda-verde/desmatamento-cai-para-a-menor-taxa-da-ultima-decada/

+https://veja.abril.com.br/agenda-verde/amazonia-impacto-do-desmatamento-varia-de-acordo-com-estacoes/

Publicidade

About admin