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Contato com animais fortalece sistema imunológico e reduz risco de alergias, dizem estudos

Viver em contato próximo com animais de estimação, especialmente desde os primeiros anos de vida, pode ter um impacto profundo e benéfico no desenvolvimento do sistema imunológico humano. Pesquisas científicas indicam que essa convivência modula as defesas do corpo, reduzindo potencialmente o risco de desenvolvimento de alergias, eczema e até mesmo condições autoimunes.

Um dos mecanismos centrais é a exposição a uma vasta gama de micróbios provenientes dos animais, que “treinam” o sistema imunológico. Este fenômeno é conhecido como “efeito mini-fazenda”: estudos sugerem que o risco de uma criança desenvolver alergias entre os sete e nove anos diminui proporcionalmente ao número de animais presentes em casa durante seus primeiros anos. O contato direto com animais de fazenda pode reduzir a probabilidade de asma ou alergias em cerca de 50%, enquanto ter um cão em casa pode levar a uma redução de 13-14% no risco.

Uma pesquisa publicada em janeiro revelou que a presença de um cão pode ajudar a prevenir eczema em crianças geneticamente predispostas. Em indivíduos com uma variante específica do gene IL-7R, um fator de risco conhecido para a condição, conviver com um cão nos primeiros dois anos de vida associou-se a uma menor probabilidade de desenvolver eczema. Análises laboratoriais confirmaram que sinais moleculares caninos podem suprimir a inflamação cutânea.

O impacto no sistema imunológico inato é evidenciado por um estudo comparativo entre as populações Amish e Hutterite — grupos religiosos cristãos que valorizam uma vida simples, a separação da sociedade secular e o pacifismo. Ambas com herança europeia, apresentam taxas de asma e alergias infantis de quatro a seis vezes maiores entre os Hutterites. A principal diferença reside nas práticas agrícolas: os Amish mantêm contato próximo com animais, enquanto os Hutterites adotaram métodos industrializados. Níveis de endotoxinas (produtos microbianos) no pó das casas Amish eram significativamente maiores, e suas crianças apresentaram perfis imunológicos distintos, com o sistema imune inato modulado para uma resposta anti-inflamatória. Experimentos com extratos de pó dessas casas em camundongos confirmaram a proteção contra asma alérgica.

Embora a ideia de que micróbios de pets colonizem permanentemente o corpo humano seja debatida – o professor Jack Gilbert, envolvido no estudo Amish, afirma haver “zero evidências” disso –, sugere-se que os animais atuam como vetores de micróbios. A exposição regular aos micróbios dos animais estimula o sistema imune a permanecer ativo e a gerenciar melhor as populações bacterianas do próprio corpo. Gilbert teoriza que nossos sistemas imunes evoluíram para serem estimulados pelos micróbios de animais domesticados.

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Adicionalmente, populações como os viajantes irlandeses, que convivem com múltiplos animais, retiveram um “microbioma antigo”, associado a baixas taxas de doenças autoimunes. A posse de animais também incentiva atividades ao ar livre, aumentando a exposição a micróbios ambientais benéficos.

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