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Consciência Negra: HQs fundamentais para entender o racismo no Brasil

No mês em que se comemorou o Dia da Consciência Negra, uma data fundamental para minimizar os efeitos do racismo estrutural no Brasil, o blog ouviu profissionais da área de editorial de quadrinhos e jornalistas especializados que indicaram cinco títulos premiados sobre o tema.

Participaram da enquete informal, além deste que vos escreve: Dandara Palankof, Marcelo Alencar, Mario Barroso, Sidney Gusman e Thiago Carneiro (criador do site de cultura pop AfroNerd).

A lista foi organizada em ordem alfabética:

'Angola Janga', de Marcelo D'Salete (Veneta): uma história do Quilombo dos Palmares -
‘Angola Janga’, de Marcelo D’Salete (Veneta): uma história do Quilombo dos Palmares –Marcelo D’Salete/ Veneta/Divulgação

Angola Janga, de Marcelo D’Salete (Veneta)

A premiada graphic novel reconta a história do lendário Quilombo dos Palmares, focando na perspectiva dos africanos escravizados e quilombolas. Baseada em anos de pesquisa, a obra adota um traço dramático em preto e branco, retratando a resistência contra os ataques coloniais e dando voz aos silenciados pela história oficial. O livro recebeu o Prêmio Jabuti de melhor história em quadrinhos em 2018, além do Grampo de Ouro e de quatro prêmios HQ Mix. Através da história de figuras como Zumbi e Ganga Zumba, a obra destaca a luta e a resiliência do povo negro e foi traduzida para diversos idiomas.

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‘Confinada’, de Leandro Assis e Triscila Oliveira (Todavia): desigualdade social e racismo durante a pandemia –Leandro Assis/Todavia/Divulgação

Confinada, de Leandro Assis e Triscila Oliveira (Todavia)

A HQ que aborda as desigualdades sociais e o racismo estrutural no Brasil durante a pandemia de Covid-19. A trama acompanha a influenciadora digital Fran e sua empregada doméstica, Ju, que se muda para o apartamento da patroa durante o isolamento. Enquanto Fran usa o período para criar conteúdo fútil, Ju enfrenta a hipocrisia e a exploração, revelando o abismo social entre as duas realidades. Originalmente publicada nas redes sociais, a obra viralizou e se tornou um livro, oferecendo um retrato crítico e bem-humorado da pandemia no país.

'Fim da Noite', de Rafael Calça e Diox (Darkside): histórias de família -
‘Fim da Noite’, de Rafael Calça e Diox (Darkside): histórias de família –Diox/ Darkside/Divulgação
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Fim da Noite, de Rafael Calça e Diox (Darkside)

A HQ, inspirada em histórias reais de mulheres na família de Calça, narra a trajetória de três gerações de mulheres negras no Brasil, abordando suas batalhas por sobrevivência, dignidade e direitos básicos. A história começa em 1940, com a avó Aurora, que trabalha como empregada doméstica desde a infância. A narrativa acompanha como ela e as gerações seguintes, incluindo sua filha Vitória, lutam contra o racismo estrutural e as injustiças sociais, buscando oferecer melhores condições de vida para seus descendentes. A obra venceu a primeira edição do Prêmio Machado, da editora.

'Jeremias - Pele', de Jefferson Costa e Rafael Calça (Panini): personagem da Turma da Mônica -
‘Jeremias – Pele’, de Jefferson Costa e Rafael Calça (Panini): personagem da Turma da Mônica –Jefferson Costa/ Panini/Divulgação

Jeremias – Pele, de Jefferson Costa e Rafael Calça (Panini)

Graphic novel aborda de forma sensível e profunda o racismo estrutural. Jeremias, primeiro personagem negro da Turma da Mônica, enfrenta sua primeira experiência com o preconceito racial. Ao ser designado para um trabalho escolar, ele se depara com a vergonha e a desvalorização associadas à sua cor de pele, um preconceito que também atinge sua família. A narrativa, que rendeu um prêmio Jabuti, explora a questão racial, a representatividade e a complexa relação entre pais e filhos.

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Quando Nasce a Autoestima?, de Regiane Braz e Jefferson Costa (Trem Fantasma) -
‘Quando Nasce a Autoestima?’, de Regiane Braz e Jefferson Costa (Trem Fantasma)Jefferson Costa/ Trem Fantasma/Divulgação

Quando Nasce a Autoestima?, de Regiane Braz e Jefferson Costa (Trem Fantasma)

Publicada em 2024, a graphic novel narra uma jornada de autoconhecimento e pertencimento. A trama, com base na experiência de Regiane, acompanha a personagem Bia na sua reflexão sobre como o apelido de infância, “Neguinha”, impactou a percepção de si. A obra, que aborda a construção da autoestima na mulher negra, recebeu vários reconhecimentos em 2025, incluindo o Prêmio Grampo, o Troféu HQMIX e o Prêmio Literário Biblioteca Nacional na categoria de Histórias em Quadrinhos.

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