Após um recesso movimentado, deputados e senadores retomam os trabalhos nesta semana em um Congresso que deve ter o segundo semestre marcado por disputas ainda mais duras entre aliados do presidente Lula e opositores da gestão petista.
Os debates iniciais devem girar em torno de decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um tarifaço aos produtos brasileiros e de aplicar uma sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. O deputado Eduardo Bolsonaro está por trás das articulações dessas medidas e é alvo de representações de parlamentares governistas em diversos campos, inclusive no Conselho de Ética da Câmara.
Já na primeira semana, parlamentares aguardarão a posição de Lula em relação ao projeto de licenciamento ambiental, aprovado pelos deputados dias antes do recesso. A expectativa é que o petista vete alguns trechos do texto, que tem sido amplamente criticado por movimentos sociais e ambientalistas.
Do lado do governo, a reforma do imposto de renda é prioridade máxima e aliados do presidente querem garantir o avanço da proposição no plenário da Câmara até o fim de agosto.
Presa na Itália, a deputada Carla Zambelli deve ter o pedido para que ela perca seu mandato apreciado nas próximas semanas.
A agenda bolsonarista é ampla e deve ser ainda mais defendida pelos apoiadores de Jair Bolsonaro na volta do recesso, na esteira dos recentes acontecimentos envolvendo Trump, o governo Lula e o STF.
Com a proximidade do julgamento do ex-presidente na ação penal que investiga a trama golpista, o grupo seguirá defendendo a análise do projeto que visa anistiar manifestantes que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Membros da cúpula do Congresso avaliam que não há ambiente para que a iniciativa seja colocada em votação.
Em recados ao Supremo, os bolsonaristas devem pressionar pelo avanço de proposições do pacote antiSTF e para que um impeachment contra Moraes seja apreciado. A tendência é que essas pautas também fiquem na geladeira, pelo menos nesse primeiro momento.
Após ficar em compasso de espera antes das férias de meio de ano, a CPMI que vai apurar as fraudes do INSS finalmente deve sair do papel. Como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fará um esforço concentrado para aprovar indicações de agências reguladoras nesta semana, o colegiado deve esperar mais alguns dias para ser instalado.